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Personagens da moda viram as estrelas
Temporada de desfiles de verão
começa amanhã em São Paulo
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Otávio Dias de Oliveira/Folha Imagem
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O beauty artist Celso Kamura em seu salão no Campo Belo, zona sul de São Paulo
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ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
CESAR FASSINA
free-lance para a Folha
A temporada de lançamentos de
moda para a primavera-verão
97/98 começa oficialmente amanhã em São Paulo, com as marcas
G, Reinaldo Lourenço e Ellus. Os
23 desfiles do MorumbiFashion
Brasil acontecem somente para
convidados até o dia 23 no pavilhão Manoel da Nóbrega, parque
Ibirapuera (zona sudoeste de SP).
Durante esse período, aqueles
que ficam nas
sombras do trabalho quase
anônimo do
circuito fashion
se transformam
em verdadeiras
estrelas, figuras-chave no
funcionamento da indústria.
Conheça alguns desses
personagens.
Stylist
Atividade
ainda em evolução no mercado brasileiro,
o stylist é um
avanço da atuação do editor de
moda. É ele
quem define, junto com o estilista,
a imagem que vai para a passarela,
sobretudo em marcas mais comerciais. "O stylist é quem dá o fio
condutor da coleção", diz Giovanni Frasson, 34. Ele vê o desfile como páginas de uma revista: "Discuto o tema, faço um laboratório
de pesquisa de imagem sobre livros etc., pego as peças mais fortes
da coleção e desmembro".
Produtor de moda
Funciona como o braço-direito
do stylist, trocando idéias, não
mais apenas como aquele que apenas busca roupas. Desenvolve junto o tema do desfile, pesquisa materiais para usar na apresentação e
participa dos castings (escolha das
modelos). "Temos que conhecer
profundamente tudo o que está no
mercado e contar com bons contatos no meio. O produtor é quem
torna viável o sonho do estilista e
do stylist", diz David Pollak, 24,
que, no MorumbiFashion, responde por oito desfiles.
Diretor de desfile
Pensa na edição,
na trilha, na cenografia e na iluminação -no desfile como um todo.
"Conceituo o tempo todo. No meu
trabalho acabo fazendo tudo, penso
no melhor para
apresentação e escolho o tema", diz
Carlos Pazetto. A
função do diretor
despontou no mercado de moda no
Brasil junto com o
chamado boom da
moda, em 93/94, à
época dos desfiles
mais grandiosos,
com ênfase no espetáculo.
Diretor artístico
Paulo Borges acumula duas funções no MorumbiFashion Brasil: a
de diretor artístico e de diretor de
oito desfiles, entre seus clientes
pessoais. Como diretor artístico
está diretamente ligado a todas as
grifes do evento, cuidando das
marcas participantes como um todo, da escolha dos equipamentos
de som e luz, bem como da organização do calendário geral dos desfiles.
Camareira
Na confusão dos bastidores,
poucos são mais importantes que
as camareiras. Sobretudo na correria da hora em que a modelo precisa fazer a troca de roupa para entrar novamente na passarela. Meire Maron, 37, é coordenadora de
camarim. Seu primeiro trabalho
foi no desfile de Jean Paul Gaultier
no Brasil, em 94.
Ela acompanha a prova de roupa
da modelo e confere os cartões de
identificação com as descrições de
cada look, pendurados nas roupas.
Ainda, distribui o número certo de
camareiras necessário para cada
troca: "O ideal é uma camareira
para cada modelo. Fico mais segura e o cliente também", diz Meire.
Scouting e produção de casting
Esta é a primeira temporada em
que aparece no Brasil a figura do
produtor de castings. No Planeta
Fashion, é o profissional que
acompanha todas as etapas dos
castings com as agências, com os produtores e com os stylists das
marcas. Sergio Amorim, 23, também modelo, fez produção de
casting para os desfiles
dirigidos por Paulo
Borges e também
atuou como scouter
-descobridor de novas modelos. "Procurei gente mais próxima
da vida real para enriquecer os castings",
diz Amorim, que nos
dias dos desfiles vai
chegar às 7h para
acompanhar se as modelos estão entrando
no horário. "Viro babá de modelo."
Booker ou agente
Já dentro das agências,
é o booker quem cuida
dos modelos, selecionando os trabalhos, negociando cachês, marcando apontamentos (encontro
com os clientes) e castings. "A
agência é que é responsável pela
imagem das modelos no mercado", diz o experiente Eli Haidid
Wahbe, 35, da Mega.
Beauty artist
É a nova denominação do Planeta Fashion para maquiadores e cabeleireiros: os artistas da beleza,
que vão além da cosmética e do
simples penteado para materializar as imagens criadas pelo estilista e por seu stylist.
O beauty artist faz testes de cabelo e maquiagem antes do dia do
desfile, quando então coordena
nos bastidores a equipe de profissionais desta área. "Os estilistas
não se ligam muito nas tendências
de maquiagem, mas eu sempre coloco um pouco delas dentro da
idealização do look", diz Celso Kamura.
Outros profissionais que participam do MorumbiFashion são Mauro Freire (Viva Vida), Diego Américo (G e Reinaldo
Lourenço); Saulo e
Fernandinho (Rosa Chá).
Agências de beleza
Para os desfiles,
distribuem a equipe de maquiadores e cabeleireiros
por cada marca.
"Também administramos e negociamos a agenda dos profissionais", diz Sun Douradoss, da
Trucco i Capelli. "No momento,
um de nossos problemas é a entrada dos grandes salões de beleza no
MorumbiFashion Brasil, que oferecem fazer os desfiles às vezes até
de graça para as confecções", diz
Patricia, da agência First.
"Isso não é justo com os profissionais das agências, que efetivamente são as pessoas que dão duro
o ano todo em editoriais de moda,
que pagam pouco, e comprando
material de seu próprio bolso. O
desfile é quando se pode mostrar
trabalho", diz.
Coordenador de salas
São os profissionais que cuidam
dos locais dos desfiles. Produtores
de moda, dividem-se em equipes
para as confecções. Supre as necessidades operacionais de cada estilista, supervisionando também as
partes de organização e limpeza.
Confere o casting e a entrada das
roupas nas salas. É o chamado
"pau para toda obra".
Relações-públicas
Faz o intermédio da marca com o
marketing, lidando com produtores, editores, stylist, com a mídia e
também com as agências de publicidade. Cuida da distribuição dos
convites e participa do mapa de assentos dos convidados na platéia.
Soninha Gonçalves, 37, trabalha
exclusivamente na área de moda:
"Leio todos os jornais diariamente, leio todas as revistas e viajo
duas vezes por ano para ver as coleções. Preciso criar notícia, olhar
rápido dentro da moda".
DJ
O mercado de moda no Brasil
impôs como hábito a importação
de DJs de pistas de dança para criar
as trilha de seus desfiles. Como diretor musical, o DJ busca então o
repertório necessário para enriquecer o clima desejado pelo
stylist, estilista ou diretor. Em alguns casos, é necessário a produção de material diferenciado em
estúdio. Os DJs mais badalados da
temporada são Renato Lopes, Zé
Pedro e Felipe Venancio.
Coordenador de promoções e eventos
Os disputados brindes dados ao
público nos desfiles, bem como a
ligação da marca com o MorumbiFashion Brasil, vêm da área de relações-públicas das grandes marcas. No caso da Ellus, quem responde por isso é Marcelo Sebá, 28:
"Sou como um porta-voz", diz
ele, que também atende os produtores de moda e coordena a produção do desfile dentro da Ellus.
Coordenador-executivo
Faz a ligação da parte técnica do
evento com os profissionais de
moda. É responsável pela montagem das salas, construção das passarelas, cenários, palco e backstage, bem como a instalação da
energia elétrica de todo o local.
"Verifico até a colocação dos espelhos nos camarins", diz Graça
Borges, temida irmã de Paulo Borges.
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