São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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Mostra em MG recebe música antiga e colonial

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Começa amanhã o mais tradicional evento brasileiro dedicado à interpretação "historicamente informada" da música dos períodos renascentista, barroco e clássico: o 16º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga.
Promovido pelo Centro Cultural Pró-Música, da cidade mineira de Juiz de Fora, o festival reúne professores e 700 alunos de todo o país. A programação de concertos começa neste domingo, às 17h, com a Camerata Petrobras, sob direção de José Carlos Castro.
No dia seguinte, a Orquestra Barroca do Festival, regida por Luís Otávio Santos, homenageia o bicentenário da morte de um dos mais importantes compositores coloniais mineiros, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805), cujo melodismo cativante se manifestou em partituras como a "Antífona Salve Regina" e do "Tercio".
De Emerico, que morreu no Rio, a orquestra executa a "Missa em fá maior", em programa complementado por duas obras do barroco europeu. Uma delas é a suíte para orquestra "Les Elémens", do francês Jean-Féry Rebel (1666-1747), cuja abertura, uma dissonante descrição musical do caos, lembra alguns experimentos orquestrais feitos por compositores do século 20. A outra é a cantata "Erfreut euch, ihr Herzen" ("Que se regozijem seus corações"), BWV 66, de Bach.
As três peças vão integrar CD duplo a ser lançado depois do festival. A gravação de discos é uma característica do evento de Juiz de Fora que começou em sua terceira edição, em 1992.
Se, no passado, os CDs tinham valor puramente documental, o nível artístico cresceu fortemente a partir de 2000, quando eles passaram a ficar a cargo de Luís Otávio Santos, um violinista que estudou música antiga na Holanda, e que recebeu, no ano passado, o prêmio fonográfico francês "Diapason d'Or" por sua gravação de sonatas de Jean-Marie Leclair (1697-1764).
Na terça-feira, o destaque é a Bachiana Chamber Orchestra, fundada em São Paulo, no ano passado, por João Carlos Martins que, desde que parou de tocar piano, começou carreira de regente. O grupo gravou as quatro suítes orquestrais de Johann Sebastian Bach (1685-1750), em CD duplo com lançamento internacional previsto para este ano.
O programa traz duas transcrições de Almeida Prado para obras de Bach: "Jesus, Alegria dos Homens" e "Nós Te Agradecemos, Senhor". Do compositor alemão, será executado ainda o "Concerto de Brandemburgo nº 3". A "Pequena Serenata Noturna", de Mozart, e o prelúdio das "Bachianas Brasileiras nº 4", de Villa-Lobos, fecham a noite, ao lado do concerto para trompete do italiano Alessandro Marcello (1669-1747), com solo de Adenilson Telles.
O festival segue até dia 31 e destaca ainda, em Juiz de Fora, atrações como o Ensemble Camaleon, do violoncelista grego radicado em São Paulo Dimos Goudaroulis (dia 23), e recital do cravista Cristiano Holtz (dia 27). Haverá ainda apresentações em outras cidades, como Rio de Janeiro, São João del Rey, Tiradentes e Petrópolis. A programação completa está no site www.promusica.org.br.
Outro festival de inverno começando hoje é o de Bonito, no Mato Grosso do Sul, que vai até sábado que vem e inclui a Mostra de Vídeo Ecológico e a Mostra Nacional de Fotografia. A programação de shows apresenta Nando Reis (hoje), Moraes Moreira (amanhã), Fagner (dia 21), Fernanda Abreu (dia 22) e Elza Soares (dia 23).
Já o Festival de Arte Serrinha 2005, em Bragança Paulista (83 km da capital), começou sua programação musical dia 8, com Elba Ramalho. Hoje é dia de música eletrônica, com os DJs Renato Lopes, Cláudia Assef e Gus; o grupo Jumbo Elektro se apresenta no dia 23. Outros detalhes no site www.festivaldearteserrinha.com.br.


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