|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mostra em MG recebe música antiga e colonial
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Começa amanhã o mais tradicional evento brasileiro dedicado
à interpretação "historicamente
informada" da música dos períodos renascentista, barroco e clássico: o 16º Festival Internacional
de Música Colonial Brasileira e
Música Antiga.
Promovido pelo Centro Cultural Pró-Música, da cidade mineira
de Juiz de Fora, o festival reúne
professores e 700 alunos de todo o
país. A programação de concertos
começa neste domingo, às 17h,
com a Camerata Petrobras, sob
direção de José Carlos Castro.
No dia seguinte, a Orquestra
Barroca do Festival, regida por
Luís Otávio Santos, homenageia o
bicentenário da morte de um dos
mais importantes compositores
coloniais mineiros, José Joaquim
Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805), cujo melodismo cativante
se manifestou em partituras como a "Antífona Salve Regina" e
do "Tercio".
De Emerico, que morreu no
Rio, a orquestra executa a "Missa
em fá maior", em programa complementado por duas obras do
barroco europeu. Uma delas é a
suíte para orquestra "Les Elémens", do francês Jean-Féry Rebel (1666-1747), cuja abertura,
uma dissonante descrição musical do caos, lembra alguns experimentos orquestrais feitos por
compositores do século 20. A outra é a cantata "Erfreut euch, ihr
Herzen" ("Que se regozijem seus
corações"), BWV 66, de Bach.
As três peças vão integrar CD
duplo a ser lançado depois do festival. A gravação de discos é uma
característica do evento de Juiz de
Fora que começou em sua terceira edição, em 1992.
Se, no passado, os CDs tinham
valor puramente documental, o
nível artístico cresceu fortemente
a partir de 2000, quando eles passaram a ficar a cargo de Luís Otávio Santos, um violinista que estudou música antiga na Holanda, e
que recebeu, no ano passado, o
prêmio fonográfico francês "Diapason d'Or" por sua gravação de
sonatas de Jean-Marie Leclair
(1697-1764).
Na terça-feira, o destaque é a
Bachiana Chamber Orchestra,
fundada em São Paulo, no ano
passado, por João Carlos Martins
que, desde que parou de tocar
piano, começou carreira de regente. O grupo gravou as quatro
suítes orquestrais de Johann Sebastian Bach (1685-1750), em CD
duplo com lançamento internacional previsto para este ano.
O programa traz duas transcrições de Almeida Prado para obras
de Bach: "Jesus, Alegria dos Homens" e "Nós Te Agradecemos,
Senhor". Do compositor alemão,
será executado ainda o "Concerto
de Brandemburgo nº 3". A "Pequena Serenata Noturna", de Mozart, e o prelúdio das "Bachianas
Brasileiras nº 4", de Villa-Lobos,
fecham a noite, ao lado do concerto para trompete do italiano Alessandro Marcello (1669-1747), com
solo de Adenilson Telles.
O festival segue até dia 31 e destaca ainda, em Juiz de Fora, atrações como o Ensemble Camaleon,
do violoncelista grego radicado
em São Paulo Dimos Goudaroulis
(dia 23), e recital do cravista Cristiano Holtz (dia 27). Haverá ainda
apresentações em outras cidades,
como Rio de Janeiro, São João del
Rey, Tiradentes e Petrópolis. A
programação completa está no site www.promusica.org.br.
Outro festival de inverno começando hoje é o de Bonito, no Mato
Grosso do Sul, que vai até sábado
que vem e inclui a Mostra de Vídeo Ecológico e a Mostra Nacional de Fotografia. A programação
de shows apresenta Nando Reis
(hoje), Moraes Moreira (amanhã), Fagner (dia 21), Fernanda
Abreu (dia 22) e Elza Soares (dia
23).
Já o Festival de Arte Serrinha
2005, em Bragança Paulista (83
km da capital), começou sua programação musical dia 8, com Elba
Ramalho. Hoje é dia de música
eletrônica, com os DJs Renato Lopes, Cláudia Assef e Gus; o grupo
Jumbo Elektro se apresenta no dia
23. Outros detalhes no site www.festivaldearteserrinha.com.br.
Texto Anterior: Festival: Del Rey homenageia Otto Lara Resende Próximo Texto: Exposição: Curitiba vê coleção de Odorico Tavares Índice
|