São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Autores lamentam casos, mas não veem solução

DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, o escritor Marcelo Rubens Paiva cadastrou o próprio nome no Google Alert -serviço que envia ao internauta links sobre assuntos selecionados que caem na rede- para ficar ciente quando grupos de teatro montassem peças a partir de textos seus.
Logo recebeu um aviso de que seu livro "Feliz Ano Velho" (Objetiva) estava disponível para download, em formato DOC, no Esnips. Escreveu pedindo a retirada do texto, e o título saiu do ar. Uma semana depois, um novo aviso -agora o livro aparecia também no formato PDF. Na sequência, entrou o romance "Blecaute". "Desisti. Não tem mais o que fazer", lamenta o escritor.
Paiva vê uma diferença entre a pirataria na música e na literatura: "Na música, por mais nociva que seja, a pirataria pode até aquecer o mercado de shows. Agora, na literatura, a gente não tem outra fonte de renda que não seja o livro".
O escritor e colunista da Folha Ruy Castro também deparou, há alguns anos, com um arquivo com o texto de "Chega de Saudade" (Companhia das Letras) disponível na internet. Não pensa em tentar brigar com os novos tempos. "Seria só uma fonte total de aborrecimento para mim", imagina.
O que mais o incomoda, na verdade, é outra questão. "O texto que vi inteiro lá está na rede de uma maneira absurda: não tem parágrafo nem nada. O cidadão [o próprio Ruy] toma o maior cuidado para separar tudo em parágrafos, vem um imbecil e joga tudo lá como se fosse uma coisa só", reclama. "Quero crer que o leitor vai preferir sempre o livro original, com ilustrações e a revisão impecável da editora", ele diz. (RC)


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