São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Scissor Sisters ressurgem em tom festivo

Grupo nova-iorquino grava novo álbum após quatro anos e diz que pretende vir ao Brasil até o final de 2010

Personalidades gays como o fotógrafo Robert Mapplethorpe e o ator Ian McKellen rondam o terceiro disco da banda


JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Passaram-se quatro anos desde que os Scissor Sisters fizeram ferver a pista com o hit "I Don't Feel Like Dancing", parceria deles com Elton John.
Agora, os purpurinados nova-iorquinos lançam "Night Work", seu terceiro álbum de estúdio.
Produzido pelo DJ inglês Stuart Price, que já trabalhou com Madonna e The Killers, o sucessor de "Ta-Dah" (2006) traz uma foto de capa que, embora em tons de cinza, condiz com o espírito colorido da banda.
A imagem, do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe (1946-1989), capta o traseiro de um bailarino.
"Mapplethorpe é uma figura complexa, mas ele representa uma época que recordamos com frequência: os anos 80, quando Nova York era muito decadente e as pessoas viviam sem medo da Aids", contou à Folha, de Londres, o guitarrista BabyDaddy, coautor de todas as canções do disco.
"Talvez a capa tenha sido um pouco chocante e não represente a energia feminina desta banda, mas talvez este seja um álbum mais agressivo. No fim, fez sentido", disse, referindo-se à também vocalista Ana Matronic.
O grupo, que virou um quarteto com a saída do baterista Paddy Boom, em 2008, está em turnê pela Europa (tocaram no festival Glastonbury) e diz que quer vir ao Brasil neste ano.
Além de Nova York, outra cidade com história na música pop está na gênese das gravações de "Night Work".
"Quando estávamos ficando frustrados com o disco, Jake [Shears, vocalista] foi a Berlim por dois meses. Saiu, ouviu música e conheceu gente por lá. Eu me juntei a ele depois. A vida noturna e o clima de abandono da cidade nos inspiraram", contou.
Referências a sexo, noite e submundo distribuem-se pelas 12 faixas do disco, que termina com uma participação ilustre do ator - homossexual- Ian McKellen (o Gandalf, de "Senhor dos Anéis").
Em "Invisible Light", sua voz convoca "prostitutas pintadas, gladiadores sexuais e crianças" a acordar para a estreia de uma bacanal.
Baby Daddy, longe de se preocupar em ficar restrito a um só público, diz que os Sisters tentam só ser eles mesmos. E não concorda com quem identifica na banda um estilo camp, marcado pela forte ironia e artificialidade.
"É verdade que às vezes gostamos de ser fabulosos. Mas o camp talvez seja a maneira pela qual o público hétero consegue aceitar a cultura gay, uma maneira de torná-la convidativa e divertida", disse. "E o que fazemos não é piada. Nós não somos muito irônicos."


CARLOS HEITOR CONY
Excepcionalmente hoje não é publicada a coluna.




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