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Tela de Cândido Portinari é furtada em museu de Olinda
"Enterro", pintura feita em 1959, é avaliada em R$ 1,2 milhão
FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
Um quadro do pintor Cândido Portinari (1903-1962),
avaliado em R$ 1,2 milhão,
foi furtado anteontem do Museu de Arte Contemporânea
de Pernambuco, no centro
histórico de Olinda (região
metropolitana de Recife).
Chamada "Enterro", a
obra -um óleo sobre madeira medindo 24,5 cm x 33,5
cm- estava exposta em uma
sala sem vigilância eletrônica com outras cinco do artista, que não foram levadas.
O local é de responsabilidade do governo do Estado.
Lá trabalham só quatro seguranças, divididos em turnos.
Segundo a diretora do museu, Célia Labanca, o desaparecimento da obra só foi
percebido no início da noite.
Seguranças se preparavam para fechar o prédio. Ao
colocarem tapumes de madeira nos vãos das grades nas
janelas, como fazem sempre,
viram uma moldura sem o
quadro cair no chão.
A peça estava escondida
atrás de uma das tábuas.
Pintada em 1959, a obra integrava a coleção de Assis
Chateaubriand (1892-1968) e
havia sido doada para compor o acervo que deu origem
ao museu, fundado em 1966.
Essa é uma das cinco telas
do artista retratando o enterro de uma criança.
A primeira obra com esse
tema foi feita em 1936, ligada
ao início de suas alegorias de
miséria e de injustiça social.
"É uma obra belíssima,
muito característica dele",
disse o filho do artista, João
Cândido Portinari. "Tem esse
retrato da roça, que é uma
coisa muito forte."
A Polícia Civil investiga o
caso. Peritos estiveram no
museu. A Polícia Federal e a
Interpol foram avisadas sobre o furto.
A Fundarpe (Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), que administra o museu, informou
que o local é vigiado e que os
visitantes são acompanhados. Mas não há câmeras
nem sensores de presença.
Colaborou SILAS MARTÍ, de São Paulo
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