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COPIÃO
Vitrine, "Cidade de Deus" promove até antagonista
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO
Mesmo com cinco filmes
brasileiros inéditos no
Festival de Gramado, que termina amanhã, "Cidade de Deus"
dominou as conversas.
FHC e Lula já assistiram ao
longa de Fernando Meirelles,
co-dirigido por Katia Lund. O
filme será lançado (com cem cópias) no próximo dia 30. Um papel tão protagônico pedia um
antagonista. Helvécio Ratton se
candidatou com "Uma Onda no
Ar", que estréia dia 6 de setembro, depois de ter sido visto em
disputa em Gramado, quarta.
"É uma coincidência histórica
e cinematográfica. Fiz o primeiro "O Menino Maluquinho",
Meirelles fez o segundo. São filmes bem diferentes. Li o roteiro
de "Cidade de Deus". Tenho a
impressão de que são estéticas e
éticas opostas", diz Ratton.
Meirelles não foge ao debate.
Aliás, seu objetivo. Tem encarado platéias e diz que realizou
"Cidade de Deus" no impulso
de oferecer ao público a revelação do Brasil real que experimentou pelo livro de Lins.
O filme de Ratton agradou à platéia do Festival de Gramado.
Mas, se é para comparar, parte da crítica sentiu falta do apuro
técnico e das grandes interpretações da obra de Meirelles.
ARTISTAS X INTELECTUAIS
Domingos de Oliveira encerra a competição hoje em Gramado com "Separações".
"Artistas gostam de ser muito comunicativos. Intelectual é que gosta de ser hermético. A clareza é a cortesia do filósofo", diz, mas avisa: "A preconização do filme médio é de uma burrice estonteante. Esse filme não é nada. É
melhor fazer o da Xuxa". A Folha viu. "Separações" é bom.
A FRASE
"Definitivamente este não é o meu lugar." Era o curta-metragista Mauro Giuntini
("O Jardineiro do Tempo"), sobre o palco do Palácio dos Festivais.
SAÍDA À MINEIRA
O documentário "Poeta de Sete Faces", de Paulo Thiago, competiria em Gramado. Em
conversas com o diretor, a organização do festival julgou ser excessiva pressão por resultados. O filme passou "hors-concours".
OFERTA E DEMANDA
O festival previa a chegada de mil convidados. Consta que vieram 1.800. Já se temia superlotação do Palácio dos Festivais (1.100 assentos). Para o público, os ingressos às sessões oficiais vão de R$ 20 a R$ 30. A platéia andou bem
desfalcada até quarta. As conversas no hall, animadíssimas.
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