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Série de polêmicas marca desenho na TV brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
Exibido no Brasil desde 1991,
quando estreou na Rede Globo
(onde também vai ao ar atualmente, além do canal pago
Fox), "Os Simpsons" gerou
uma série de polêmicas, proporcional a seu sucesso no país.
A primeira celebridade brasileira a ser citada nominalmente
no desenho foi Pelé, retratado
como um mercenário que
anuncia qualquer produto por
dinheiro, em um episódio da
nona temporada.
A maior polêmica viria na já
célebre visita da família ao Rio,
na 13ª temporada, em "O Feitiço de Lisa" (exibido no Brasil
em 2002). Nele, aparecem macacos e cobras nas ruas, além de
referências a táxis clandestinos, seqüestros, trombadinhas
e à sensualidade das apresentadoras de programas infantis.
O órgão de turismo do Rio
ameaçou processar a Fox, e
mesmo o presidente à época,
Fernando Henrique Cardoso,
mostrou-se desgostoso, mas
tudo se resolveu com uma carta
de desculpas dos produtores
-na qual FHC era desafiado
para uma luta com Homer.
Por conta da reação crítica a
este episódio, a Fox TV decidiu
censurar uma nova menção negativa ao Brasil, alterando a dublagem num desenho da 18ª
temporada, exibido no mês
passado, onde a família descrevia o país como o lugar mais nojento em que já estiveram.
Em entrevista à Folha, Ricardo Rubini, diretor de marketing e vendas da Fox TV, disse que a rede prioriza o "respeito aos nossos compatriotas".
"Há gente que ficou indignada com a retirada dos comentários e, se não tirássemos, teria
ainda mais gente reclamando.
Preferimos manter o respeito
aos nossos concidadãos."
Chama a atenção no caso o
fato de uma das regras de ouro
do desenho -por contrato, a
Fox não pode interferir nos
textos da série- aparentemente ter sido desrespeitada.
"Quando uma dublagem é
ofensiva, podemos fazer isso. A
Fox internacional está ciente
do que fizemos", diz Rubini.
Além das polêmicas, o canal
também enfrenta uma disputa
judicial com Waldyr Sant'Anna, o mais longevo dublador de
Homer, afastado da série e do
filme após exigir pagamento
pela venda dos DVDs.
Por fim, houve a famosa
menção de William Bonner,
comparando o telespectador
médio do "Jornal Nacional" ao
limitado Homer. Segundo Bonner, sua ênfase era no lado familiar do personagem.
(MAC)
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