São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2007

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Série de polêmicas marca desenho na TV brasileira

DA REPORTAGEM LOCAL

Exibido no Brasil desde 1991, quando estreou na Rede Globo (onde também vai ao ar atualmente, além do canal pago Fox), "Os Simpsons" gerou uma série de polêmicas, proporcional a seu sucesso no país.
A primeira celebridade brasileira a ser citada nominalmente no desenho foi Pelé, retratado como um mercenário que anuncia qualquer produto por dinheiro, em um episódio da nona temporada.
A maior polêmica viria na já célebre visita da família ao Rio, na 13ª temporada, em "O Feitiço de Lisa" (exibido no Brasil em 2002). Nele, aparecem macacos e cobras nas ruas, além de referências a táxis clandestinos, seqüestros, trombadinhas e à sensualidade das apresentadoras de programas infantis.
O órgão de turismo do Rio ameaçou processar a Fox, e mesmo o presidente à época, Fernando Henrique Cardoso, mostrou-se desgostoso, mas tudo se resolveu com uma carta de desculpas dos produtores -na qual FHC era desafiado para uma luta com Homer.
Por conta da reação crítica a este episódio, a Fox TV decidiu censurar uma nova menção negativa ao Brasil, alterando a dublagem num desenho da 18ª temporada, exibido no mês passado, onde a família descrevia o país como o lugar mais nojento em que já estiveram.
Em entrevista à Folha, Ricardo Rubini, diretor de marketing e vendas da Fox TV, disse que a rede prioriza o "respeito aos nossos compatriotas".
"Há gente que ficou indignada com a retirada dos comentários e, se não tirássemos, teria ainda mais gente reclamando. Preferimos manter o respeito aos nossos concidadãos."
Chama a atenção no caso o fato de uma das regras de ouro do desenho -por contrato, a Fox não pode interferir nos textos da série- aparentemente ter sido desrespeitada.
"Quando uma dublagem é ofensiva, podemos fazer isso. A Fox internacional está ciente do que fizemos", diz Rubini.
Além das polêmicas, o canal também enfrenta uma disputa judicial com Waldyr Sant'Anna, o mais longevo dublador de Homer, afastado da série e do filme após exigir pagamento pela venda dos DVDs.
Por fim, houve a famosa menção de William Bonner, comparando o telespectador médio do "Jornal Nacional" ao limitado Homer. Segundo Bonner, sua ênfase era no lado familiar do personagem. (MAC)


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