Por segurança, estande interrompeu as vendas do livro religioso às 16h

Além de Marcelo Rossi, autores Jostein Gaarder, Mauricio de Sousa e Rubem Alves foram destaque no sábado

DANILA MOURA
DE SÃO PAULO

O segundo dia da Bienal do Livro foi marcado pelo tumulto nos corredores principais do Pavilhão do Anhembi. Apesar da presença de best-sellers, como Azar Nafisi ("Lendo Lolita em Teerã") e Jostein Gaarder ("O Mundo de Sofia"), eles não foram os responsáveis pelas maiores filas de leitores.
Quem causou o tumulto foi o padre Marcelo Rossi. Ele foi ao evento participar de uma mesa de autógrafos do seu mais recente livro, "Ágape", da Editora Globo. Foi preciso muita fé para encarar a fila, que atravessava o Pavilhão do Anhembi. Alguns madrugaram na rua para conseguir um livro assinado no início da sessão, às 10h.
Os organizadores do estande interromperam as vendas e a distribuição de senhas, por medida de segurança. Cerca de mil exemplares da obra foram vendidos até as 16h.
Azar Nafisi participou do debate "As Mulheres e os Aiatolás", ao lado das escritoras Márcia Camargos e Adriana Carranca. Ambas escreveram o livro "O Irã sob o Chador - Duas Mulheres Brasileiras no País dos Aiatolás", no qual relatam experiências durante viagens ao Irã.
A discussão a respeito do sistema político iraniano novamente monopolizou o bate-papo de Azar Nafisi, que falou no assunto durante sua passagem na última Flip.
A escritora viveu em Teerã por 18 anos e deu aulas de literatura inglesa na Universidade de Teerã entre 1979 e 1981. Ao sair da universidade, em 1995, ela formou um grupo secreto de encontros literários com sete alunas, que inspirou a sua obra "Lendo Lolita em Teerã".
Ela contou à Folha que ainda mantém contato com quase todas as alunas -e o tema principal das conversas é literatura, e não política.
Outro destaque do dia foi o bate-papo entre Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, e o escritor Rubem Alves. A dupla já trabalhou junta em obras como "Pinóquio às Avessas" e "A Menina e o Pássaro Encantado".
Fechando a programação, o escritor Jostein Gaarder, autor de "O Mundo de Sofia", conversou com o público a respeito de suas obras, famosas por popularizar temas como filosofia e teologia entre adolescentes.


Texto Anterior: Histórico da destruição
Próximo Texto: Destaques hoje na Bienal
Índice