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Alemão narra em HQ como crianças viam muro de Berlim
Volume, que será lançado em 2011, reúne 30 histórias curtas
DENISE MENCHEN
DO RIO
Celebrado na Alemanha,
onde seu livro de estreia recebeu o prêmio Max & Moritz
em 2004, o quadrinista alemão Felix Görmann, 34, conhecido como Flix, fez sua
primeira visita ao Brasil, onde lança no próximo ano "Da
War Mal Was...Erinnerungen
an Hier und Drüben" (Quando tinha o muro...Lembranças daqui e de lá), de 2009.
O livro,que será editado
pela Tinta Negra, reúne cerca
de 30 histórias curtas nas
quais os personagens -todos amigos de Flix, que tinham entre 12 e 19 anos
quando o muro caiu- relatam suas lembranças da Alemanha dividida.
São casos como o de uma
menina, moradora de Berlim
Oriental, que estava convencida de que a função do muro
era evitar que as pessoas
caíssem no precipício -o
mundo, para ela, era plano e
acabava ali.
"Muito já tinha sido dito
sobre os adultos, mas muito
pouco sobre a geração que
era pequena naquela época.
Essas crianças tiveram que
usar uma lógica própria para
explicar o muro", afirmou
Flix à Folha após debate na
Maison de France, no Rio.
O resultado, diz, são quadrinhos que mesclam história, fantasia e humor. Histórias mais pesadas, porém,
não ficaram de fora. O autor
cita a do personagem Mario
como uma marcante.
Então com 18 anos, Mario
envolveu-se com homem
mais velho. A convivência
com o estrangeiro chamou a
atenção e ele passou a ser vigiado. Tentou fugir e foi detido na Hungria.
"Ele passou seis meses na
prisão, sendo interrogado e
torturado, até que teve sua liberdade comprada pela Alemanha Ocidental. Quando
chegou a Berlim Ocidental,
descobriu que o homem tinha mulher e filhos", conta.
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