São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2010

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Alemão narra em HQ como crianças viam muro de Berlim

Volume, que será lançado em 2011, reúne 30 histórias curtas

DENISE MENCHEN
DO RIO

Celebrado na Alemanha, onde seu livro de estreia recebeu o prêmio Max & Moritz em 2004, o quadrinista alemão Felix Görmann, 34, conhecido como Flix, fez sua primeira visita ao Brasil, onde lança no próximo ano "Da War Mal Was...Erinnerungen an Hier und Drüben" (Quando tinha o muro...Lembranças daqui e de lá), de 2009.
O livro,que será editado pela Tinta Negra, reúne cerca de 30 histórias curtas nas quais os personagens -todos amigos de Flix, que tinham entre 12 e 19 anos quando o muro caiu- relatam suas lembranças da Alemanha dividida.
São casos como o de uma menina, moradora de Berlim Oriental, que estava convencida de que a função do muro era evitar que as pessoas caíssem no precipício -o mundo, para ela, era plano e acabava ali.
"Muito já tinha sido dito sobre os adultos, mas muito pouco sobre a geração que era pequena naquela época. Essas crianças tiveram que usar uma lógica própria para explicar o muro", afirmou Flix à Folha após debate na Maison de France, no Rio.
O resultado, diz, são quadrinhos que mesclam história, fantasia e humor. Histórias mais pesadas, porém, não ficaram de fora. O autor cita a do personagem Mario como uma marcante.
Então com 18 anos, Mario envolveu-se com homem mais velho. A convivência com o estrangeiro chamou a atenção e ele passou a ser vigiado. Tentou fugir e foi detido na Hungria.
"Ele passou seis meses na prisão, sendo interrogado e torturado, até que teve sua liberdade comprada pela Alemanha Ocidental. Quando chegou a Berlim Ocidental, descobriu que o homem tinha mulher e filhos", conta.


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