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Proprietário dá adeus ao ramo da hotelaria
DA REPORTAGEM LOCAL
A pompa não se restringe
ao nome. Instalado em uma
região que já foi reduto da
elite cultural do país, "hotel
dos artistas" numa época em
que a Globo ficava logo ao
lado, o Lord Palace Hotel fechou as portas em maio de
2004 como um legítimo quatro estrelas.
A presença de (novos) artistas subindo e descendo as
escadas, remexendo os porões e abrindo quartos há
tempos fora de uso, fez com
que William Bumaruck,
proprietário do hotel, reavaliasse alguns aspectos dessa
história. "A maioria das
obras trata do fechamento
do hotel. E você passa a raciocinar. Eu nunca tinha visto todo o enxoval junto. São
8.000 peças!", diverte-se, fazendo referência à escultura
de lençóis de Cláudio Cretti.
Outra que teve a sua colaboração foi Samantha Moreira. Empolgado de ver em
um só lugar grande parte
dos quadros de sua coleção
pessoal, Bumaruck botou a
mão na massa e fez para a artista os cavaletes das obras.
E o que era para ser uma
exposição apenas no lobby,
acabou tomando vários andares do hotel. "Está muito
bonito", disse à Folha enquanto regava seu jardim.
Elogios à parte, será que alguma das obras da exposição é digna de integrar sua
coleção pessoal? "Não, porque não teve nenhuma pintura. Nada que eu tenha gostado e tivesse vontade de
comprar", castigou.
Sobre o Lord, Bumaruck
sabe apenas que vai continuar com o restaurante.
"Hotelaria em São Paulo não
dá mais. Hoje o pessoal
constrói hotéis e vende para
esses grupos estrangeiros,
que cobram muito barato",
lamenta. "Estou saindo do
ramo. Posso até montar um
bar para a exposição, dependendo do fluxo de pessoas.
Eles vão querer tomar um
chá, comer uma empadinha
ou um sanduíche, né?", conclui o empresário, do alto de
seus 46 anos de hotelaria,
dos quais 34 de Lord.
(DA)
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