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LITERATURA
Armados no Cais do Porto, estandes do evento influem na reurbanização da região com elevado déficit cultural
Primavera dos Livros no Rio extrapola o comércio
ROGÉRIO EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
A terceira edição carioca da Primavera dos Livros abre suas portas hoje para profissionais do
mercado editorial e, de amanhã a
domingo, para o público, exercendo uma função que extrapola
a venda de "livros de conteúdo".
Armados no Armazém do Rio, região do Cais do Porto, os 65 estandes das pequenas e médias editoras que participam do evento influem indiretamente na reurbanização do centro da cidade.
"Ocupando esse tipo de local no
centro do Rio, mais acessível aos
moradores da zona norte, atendemos a uma região com um grande
déficit de desenvolvimento cultural", diz Angel Bojadsen, 47, diretor editorial da Estação Liberdade
e presidente da Libre (Liga Brasileiras das Editoras), responsável
pela organização da Primavera
dos Livros, cuja edição paulista
aconteceu no mês passado.
Cultivando principalmente a
qualidade do "conteúdo dos livros", como gosta de destacar Bojadsen, os estandes armados no
Rio possuem todos os mesmos tamanhos, independentemente do
tempo de existência da editora.
Nesse universo reduzido e "democrático", preza-se pela aproximação pessoal entre editores e leitores, movimento que muitas vezes acaba resultando em contatos
profissionais importantes.
"A presença dos editores nos estandes é obrigatória. Além da
conversa direta com os visitantes,
na feira conseguimos bons contatos com novos fornecedores. Algumas pessoas aproveitam até
para apresentar seus originais",
diz Bojadsen.
Além da disponibilidade dos
itens dos catálogos, outro atrativo
comercial para o público são os
descontos, que variam entre 20%
e 40% em todos os títulos. "Optamos pelos descontos como uma
forma de repassar o subsídio que
recebemos da secretaria da Cultura, no Rio", afirma Bojadsen.
Complementando a ação de resistência e sobrevivência desses
pequenos e médios editores, mesas-redondas fazem as idéias circularem fora das páginas dos livros. Com uma programação
maior e mais variada que a de São
Paulo, o destaque fica com a "Prosa Plugada", no sábado, a partir
das 17h. Nesse evento, que terá
show e a participação de DJs, serão debatidos e lidos trechos de
obras de novos autores e lançado
o site Paralelos.org, dedicado à literatura contemporânea.
A primeira edição da Primavera
dos Livros aconteceu em 2001, no
Rio. Desde então, foi criada uma
versão do evento em São Paulo,
em 2002, visitada por cerca de
8.000 pessoas, que, com os cerca
de 10 mil visitantes do Rio, compraram, em média, 15 mil exemplares, garantindo um faturamento de cerca de R$ 230 mil.
Criada para organizar a Primavera dos Livros, a Libre vem desenvolvendo a redação de algumas normas para que mais editoras possam filiar-se à entidade e,
dessa forma, participar das edições futuras da feira.
Até esta edição de 2003, os participantes da Primavera dos Livros
são seus membros fundadores. A
partir de 2004, novos participantes poderão armar seus estandes.
"A Libre é uma entidade que
congrega os interesses dessas pequenas e médias editoras. Muitas
delas que não se sentem representadas pelo Snel [Sindicato Nacional dos Editores de Livros] ou pela CBL [Câmara Brasileira de Livros]", diz Bojadsen.
PRIMAVERA DOS LIVROS. Quando:
abertura hoje, para profissionais do
mercado editorial, e de amanhã a
domingo, das 10h às 21h. Onde:
Armazém do Rio (av. Rodrigues Alves s/
nš, Antigo Armazém número 5, Cais do
Porto). Quanto: R$ 2. Na internet:
www.primaveradoslivros.com.br.
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