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"Gosto de ficção, não gosto de vida", diz Felipe Hirsch
DO ENVIADO AO RIO
Felipe Hirsch está esgotado. Física e psicologicamente. Andrea Beltrão brinca: ele
deve ser acondicionado
num plástico e despachado
para uma viagem de férias.
Além da estréia da nova
peça (depois da qual o diretor deve descansar por alguns meses), Hirsch já trabalhou em 2003, praticamente sem pausas, em três
montagens -"A Morte de
um Caixeiro Viajante" e
"Temporada de Gripe", ainda em cartaz em SP.
Para ele, aliás, a própria
atividade teatral no Brasil se
encontra algo extenuada.
"Há muito modismo e o falso mercado, pois ninguém
ganha fortunas fazendo teatro no país. Isso viciou e nivelou por baixo o teatro."
Bandeira
Felipe Hirsch também
identifica um certo ufanismo na chamada retomada
da dramaturgia brasileira e a
respectiva patrulha feita a
quem, como ele, costuma
abordar outras tradições
dramatúrgicas (no seu caso,
a de língua inglesa, tachada
por vezes de "moderninha").
"Há bons escritores brasileiros, mas não quero me
preocupar se monto um
americano, um inglês, um
francês, um russo ou um
brasileiro. Quero montar [o
escritor e quadrinista paulista] Lourenço Mutarelli. Quero textos que me emocionem, independentemente
da bandeira."
E quanto durará o retiro de
Hirsch? Uma possível resposta: "Gosto de ficção, não
gosto de vida. A vida sem ficção não me interessa em nada. A vida é sempre frustrante perante a ficção".
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