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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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"Gosto de ficção, não gosto de vida", diz Felipe Hirsch

DO ENVIADO AO RIO

Felipe Hirsch está esgotado. Física e psicologicamente. Andrea Beltrão brinca: ele deve ser acondicionado num plástico e despachado para uma viagem de férias.
Além da estréia da nova peça (depois da qual o diretor deve descansar por alguns meses), Hirsch já trabalhou em 2003, praticamente sem pausas, em três montagens -"A Morte de um Caixeiro Viajante" e "Temporada de Gripe", ainda em cartaz em SP.
Para ele, aliás, a própria atividade teatral no Brasil se encontra algo extenuada. "Há muito modismo e o falso mercado, pois ninguém ganha fortunas fazendo teatro no país. Isso viciou e nivelou por baixo o teatro."

Bandeira
Felipe Hirsch também identifica um certo ufanismo na chamada retomada da dramaturgia brasileira e a respectiva patrulha feita a quem, como ele, costuma abordar outras tradições dramatúrgicas (no seu caso, a de língua inglesa, tachada por vezes de "moderninha").
"Há bons escritores brasileiros, mas não quero me preocupar se monto um americano, um inglês, um francês, um russo ou um brasileiro. Quero montar [o escritor e quadrinista paulista] Lourenço Mutarelli. Quero textos que me emocionem, independentemente da bandeira."
E quanto durará o retiro de Hirsch? Uma possível resposta: "Gosto de ficção, não gosto de vida. A vida sem ficção não me interessa em nada. A vida é sempre frustrante perante a ficção".

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