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Vila em SP ganha novo paisagismo, mas não está protegida legalmente
DA REPORTAGEM LOCAL
A rara obra arquitetônica de
Flavio de Carvalho, em São
Paulo, ainda não ganhou proteção de algum órgão de preservação do patrimônio. No entanto, mesmo descaracterizada, vê algum sinal de melhora.
A vila modernista dos Jardins passou por uma reforma
no mês passado, assinada pelo
arquiteto Marcelo Faisal, que
atualizou o paisagismo da entrada e pintou o entorno. Um
lojista bancou a intervenção.
"Acho que uma reforma
completa aqui não é impossível. Apesar de muito ter sido
modificado, há vários elementos intactos ou que podem ser
recuperados", avalia.
"Essa fiação toda me irrita.
Alguns guarda-corpos foram
retirados, a textura brutalista
de algumas fachadas permanece só em alguns pontos. Mas há
residências bastante preservadas, e uma das casas, que está
para alugar, mantém a fachada
intacta, além de alguns elementos internos, como os azulejos
hidráulicos", conta Faisal.
História
O conjunto de 17 casas, inaugurado em 1938, foi um evento
social na São Paulo da época.
Carvalho priorizou a convivência em comunidade e as linhas modernas. Eram de aluguel -um folheto agora histórico vendia a idéia de "novos modelos para 1938 e 1939" e destacava as "casas frias no verão e
quentes no inverno".
As residências demoraram
para ser alugadas e, posteriormente, foram habitadas por artistas e intelectuais. Décadas
depois, o comércio tomou conta da maior parte delas. Algumas são residenciais e ainda resistem, mantendo o interior, as
fachadas de estilo brutalista (a
pintura da fachada na cor branca não é lisa) e os gradis, entre
outros elementos.
No entanto, nem na Ministro
Rocha Azevedo, nem na alameda Lorena, no número 1.257,
onde fica a entrada da vila, e
nos imóveis de suas cercanias,
há alguma placa ou informação
que indique que aquele local é
um dos marcos da arquitetura
modernista brasileira.
"Mesmo com as mudanças, a
vila é importante. É um dos raros projetos de Flavio efetivamente construídos. Outros
projetos radicais dele, como o
Palácio do Governo [1928] e o
Paço Municipal [1939], ficaram
só nos croquis", diz Aquino.
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