São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Vila em SP ganha novo paisagismo, mas não está protegida legalmente

DA REPORTAGEM LOCAL

A rara obra arquitetônica de Flavio de Carvalho, em São Paulo, ainda não ganhou proteção de algum órgão de preservação do patrimônio. No entanto, mesmo descaracterizada, vê algum sinal de melhora.
A vila modernista dos Jardins passou por uma reforma no mês passado, assinada pelo arquiteto Marcelo Faisal, que atualizou o paisagismo da entrada e pintou o entorno. Um lojista bancou a intervenção.
"Acho que uma reforma completa aqui não é impossível. Apesar de muito ter sido modificado, há vários elementos intactos ou que podem ser recuperados", avalia.
"Essa fiação toda me irrita. Alguns guarda-corpos foram retirados, a textura brutalista de algumas fachadas permanece só em alguns pontos. Mas há residências bastante preservadas, e uma das casas, que está para alugar, mantém a fachada intacta, além de alguns elementos internos, como os azulejos hidráulicos", conta Faisal.

História
O conjunto de 17 casas, inaugurado em 1938, foi um evento social na São Paulo da época.
Carvalho priorizou a convivência em comunidade e as linhas modernas. Eram de aluguel -um folheto agora histórico vendia a idéia de "novos modelos para 1938 e 1939" e destacava as "casas frias no verão e quentes no inverno".
As residências demoraram para ser alugadas e, posteriormente, foram habitadas por artistas e intelectuais. Décadas depois, o comércio tomou conta da maior parte delas. Algumas são residenciais e ainda resistem, mantendo o interior, as fachadas de estilo brutalista (a pintura da fachada na cor branca não é lisa) e os gradis, entre outros elementos.
No entanto, nem na Ministro Rocha Azevedo, nem na alameda Lorena, no número 1.257, onde fica a entrada da vila, e nos imóveis de suas cercanias, há alguma placa ou informação que indique que aquele local é um dos marcos da arquitetura modernista brasileira.
"Mesmo com as mudanças, a vila é importante. É um dos raros projetos de Flavio efetivamente construídos. Outros projetos radicais dele, como o Palácio do Governo [1928] e o Paço Municipal [1939], ficaram só nos croquis", diz Aquino.


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