São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Televisão/Crítica

Filme de Walsh vai ao coração do pós-guerra

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Heróis Esquecidos" (TCM, 19h) é um desses exemplos formidáveis de um tipo de ritmo que só Raoul Walsh sabia imprimir a seus filmes. Estamos na guerra. Há um homem na trincheira. Um outro salta sobre ele. Passam rapidamente da discussão à amizade.
A guerra termina (é a Primeira Guerra Mundial). Vamos reencontrar os dois homens devidamente desempregados. São James Cagney e Humphrey Bogart. Dois ícones quase sem similar do cinema.
Cagney, mais esperto, logo vai se estabelecer no gangsterismo. Bogart vai se juntar a ele. São os heróis de guerra. Como no pós-Vietnã, com Rambo, não há lugar para eles na existência civil.
Resta-lhes imprimir à vida (e ao filme) esse ritmo a um tempo febril que representa melhor do que qualquer outra coisa o gangsterismo (mas não só ele) dos anos 20 do século 20, uma urgência de viver que parece arrastar consigo a tragédia. A aventura em Walsh nunca é supérflua: vai ao coração das coisas.


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