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TELEVISÃO
Crítica
Filme de John Carpenter é assombrado pelo poder
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há duas maneiras de analisar
um filme: observando a produção completa do cineasta ou no
sistema "filme a filme". Este segundo, dizia François Truffaut,
parece com a análise das maioneses: uma deu certo, outra
perdeu o ponto.
"Fantasmas de Marte de
John Carpenter" (Cinemax,
22h, 12 anos) seria o típico
"perdeu o ponto". Haja perda.
Não há um metro quadrado
nessas terras marcianas que
não lembre cenário de cinema.
Natasha Henstridge chega a
uma remota colônia para conduzir o arquicriminoso Ice Cube à prisão. Problema: já não
sei como espíritos de antigos
criminosos são despertados e
liquidam todos os policiais,
menos Natasha. Que então tem
de unir forças a Ice Cube.
É bem Carpenter: nesses
mundos marginais, tira e bandido são a mesma arraia-miúda; seu verdadeiro carrasco não
são os fantasmas mas o poder.
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