São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010 |
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Repórter do futuro
Jornalista do "New York Times" diz em livro que novas
tecnologias não eliminaram as tradicionais
TEREZA NOVAES EDITORA-ADJUNTA DA ILUSTRADA Há quatro anos, o jornalista Nick Bilton, 34, leu pela última vez um livro em papel, "A Estrada", de Corman McCarty. Desde então, tudo o que lê, inclusive o jornal "The New York Times", em que trabalha, sai de uma tela. Descrito como "futurólogo" e "evangelizador digital", o repórter de tecnologia acaba de lançar "I Live in the Future & Here's How It Works" (vivo no futuro e aqui está como ele funciona), sem previsão de sair no Brasil. Mas Bilton não habita o mesmo futuro que o da família Jetsons, pelo contrário. O que ele descreve para o amanhã é o que você já tem agora nas mãos, este jornal; ou no bolso, o seu celular. Sua visão de futuro não é apocalíptica: as novas tecnologias não vão acabar com as existentes, como o papel. O jornal, por exemplo, continuará a circular em papel "por muito tempo" até que os aparelhos de leitura digital sejam muito baratos. "Estamos no meio do caminho, a mídia que não se adaptar agora não vai sobreviver", analisou Bilton, em entrevista à Folha. "Estamos indo para um mundo em que tudo será conectado à internet: roupas, carros. É a direção que as coisas vão tomar", vaticina. "Em dez anos, a internet será como a eletricidade, estará em todos os lugares." A principal implicação disso para a indústria cultural é que tudo deve se tornar mais "social e personalizado". "No passado, o livro era uma conversa fechada. Twitter, Facebook e MySpace permitiram que a nova geração se tornasse parte da conversa. É isso o que, de fato, precisamos observar." O autor segue à risca a própria receita. Seu livro é vendido em papel e, claro, em versão digital. Cada capítulo tem material extra para ser lido (ou assistido) com a ajuda de um "smartphone". PORNOGRAFIA Entre as ideias que o jornalista defende, está a de que as pessoas estão em busca sobretudo de "experiências". Para investigar a tese, Bilton se infiltrou na indústria pornográfica dos EUA. Descobriu que os filmes menos pirateados eram aqueles cujos atores conversavam com o público pelas redes sociais. Ele concluiu ainda que as empresas que lucram escutam seus consumidores, vendem seus produtos a preços considerados justos por quem paga e os entregam em qualquer plataforma. Bilton acredita que a mesma sensação de "experiência" permeia as compras de músicas feitas pelo iTunes, a loja de música da Apple. Embora não leia em papel há anos, Bilton não abandonou o cinema. Foi assistir ao longa "A Rede Social", sobre o Facebook. Ele considera "fascinante" um grande estúdio fazer um filme sobre "essa mídia que todos nós conhecemos e usamos". Hoje e também no futuro, a mídia social será algo cada vez mais "mainstream". Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: 4 previsões para o futuro próximo... Índice | Comunicar Erros |
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