São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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Filme mostra George Harrison como o beatle sem graça

Divulgação
George Harrison em cena do documentário dirigido por Martin Scorsese

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

George Harrison não era apenas o beatle calado. Mas ele quase vira o beatle sem graça no novo documentário de Martin Scorsese, mais um registro irregular e chapa-branca da história do rock, a ser exibido no Festival do Rio.
É exagero dizer que Scorsese dirigiu "George Harrison: Living in the Material World", um produto de quase quatro horas feito para a TV, com um amontoado de entrevistas feitas por assistentes pouco inspirados.
Há, claro, imagens de arquivo sensacionais, trechos de cartas escritas para os pais, cenas do começo dos Beatles e do fim da banda, quando Harrison estava cansado de ser pouco apreciado e queria gravar canções solo.
Dá para ouvir seus clássicos -"Something", "Here Comes the Sun" e "While My Guitar Gently Weeps"-, mas há pouco, em 208 minutos de filme, sobre processo criativo ou referências musicais.
O documentário também "esquece" a polêmica com a música "My Sweet Lord", resultado de suas experiências na Índia, que lhe valeu dez anos de batalha judicial após acusação de plágio.
O beatle mulherengo é deixado de lado, talvez em respeito à viúva, Olivia Harrison, que é uma das produtoras e assina livro de mesmo nome com Scorsese.
Paul McCartney comenta como o colega era um "cara viril", e Olivia afirma que o marido era bastante sedutor, que gostava das mulheres e que o casamento teve sobressaltos. "Era difícil lidar com alguém tão amado", ela resume, deixando o resto para a imaginação do espectador.
O caso lembra o do filme sobre os 20 anos do Pearl Jam: feito por amigo da banda e coproduzido pelo grupo, faz qualquer fã desconfiar da neutralidade do projeto.

GEORGE HARRISON: LIVING IN THE MATERIAL WORLD
QUANDO dia 19, às 14h30 e às 19h, no Odeon Petrobras



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