São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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Coleção Folha traz clássico de Sergei Eisenstein

"O Encouraçado Potemkin" celebra levante da classe trabalhadora russa

Diretor foi teórico e idealizador de conceitos sobre montagem, mas teve de se adaptar a diretrizes stalinistas

DE SÃO PAULO

Para muitos críticos, "Cidadão Kane", de Orson Welles, divide o pódio de melhor filme de todos os tempos com "O Encouraçado Potemkin".
A Coleção Folha Cine Europeu não poderia, portanto, escolher outro longa para representar o diretor russo Sergei Eisenstein (1898-1948).
O DVD que chega às bancas no próximo domingo (23) traz a cópia restaurada do filme, com melhor qualidade de imagem e som, além de um livro com informações sobre o diretor e sua carreira.
Segundo longa do cineasta, rodado em 1925, "O Encouraçado Potemkin" estava bastante sintonizado com a Revolução Russa de 1917, ou seja, celebrava o levante da classe trabalhadora.
Inspirada em fatos reais, a história se passa em 1905, na Rússia sob o regime czarista, e com os marinheiros do Potemkin do título em condições duríssimas a bordo.
A revolta eclode quando, depois de se negarem a comer carne podre, os marinheiros são condenados à morte.
É deste filme a famosa sequência da escadaria de Odessa. Num tumulto , quando as forças czaristas atacam a população, um carrinho de bebê desce errante pelos degraus. Dentro dele, estava um órfão, cuja mãe havia sido assassinada pelo governo.
Eisenstein era também um teórico genial. Foi ele que idealizou a conhecida "montagem de atrações" (ou montagem dialética), em que uma edição mais complexa criaria um sentido através da junção de imagens "inesperadas".
Tanto "O Encouraçado Potemkin" como "A Greve" (1925) e "Outubro" (1928) aplicaram soberbamente esse conceito na prática.
Outras obras-primas do diretor são "Alexandre Nevsky" (1938) e "Que Viva México" (1932). Nelas, porém, Eisenstein já sofria com as rígidas e conservadoras diretrizes impostas pelo regime de Josef Stálin, que exigiam um cinema menos formalista e mais "realista".



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