LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O período de saída do "high school" norte-americano e entrada na faculdade já rendeu milhares de filmes e seriados. Complicado é achar algum que tenha o que dizer. A série "Reunion" não escapa dessa dificuldade, com o único diferencial do modo de seguir os acontecimentos.
Vista em "flashback", conta a história de seis amigos que vivem grudados durante o colegial, em 1986, e têm suas vidas separadas por acontecimentos trágicos. A tal "reunião" do título se dará anos depois, durante o funeral de um integrante do grupo. Qual deles? Quem (e por quê) o matou? São perguntas que a série vai levar 20 capítulos para responder.
O suspense está apenas nessa tentativa de "whodunit", escondendo o destino atual de cada um dos amigos para não denunciar quem foi a vítima.
Enquanto isso, somos apresentados ao conjunto de clichês desse tipo de enredo: a garota que trai o namorado com seu melhor amigo e, na transa, fica grávida. Resolve abortar, mas na hora H desiste. Ou então o rapaz que baba de amores pela gostosona da turma, que solenemente o ignora, mas não percebe que a feiosinha sem peitos está apaixonada por ele. Quando ela resolve se declarar, presencia um beijo e sai chorando para o conforto do pai, viúvo que a criou sozinho. Parece familiar?
No futuro, todos eles estarão mudados, longe do que sonharam, mas conformados com a vida adulta que as circunstâncias os levaram a adotar e marcados pelas coisas que deixaram de fazer -com direito até a terapia no casamento por causa do passado.
Oportunista até no revival dos anos 80, o seriado tenta pegar carona, colocando na trilha sonora Madonna, "The Time of My Life" e outras músicas que fazem parecer que os personagens estão numa festa da Trash 80's.
Não importa quantas vezes já vimos isso, com certeza já foram mais do que suficientes.