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Lekman faz jóias com histórias tolas
Cantor é a principal atração da turnê de novos artistas suecos que desembarca no Brasil em dezembro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Principal atração da tour Invasão Sueca, que passa por Curitiba, Rio e faz parada em São
Paulo em 13 de dezembro, Jens
Lekman é considerado um dos
atuais queridinhos do Pitchforkmedia (www.pitchfork
media.com). O site americano
tornou-se referência para fãs
de música. "O problema é o
"clube do 8". As pessoas confiam cegamente em qualquer
resenha em que o site dê uma
nota superior a 8", diz ele, por
telefone, de Gotemburgo.
Lekman é um dos seletos
membros do tal clube, do qual
ficou sócio com o lançamento
de "Oh You're So Silent Jens",
em 2005. Seu segundo álbum
cheio, assim como o primeiro,
"When I Said I Wanted to Be
Your Dog", são, na verdade,
uma coletânea de EPs, formato
preferido pelo músico.
Dotado de uma voz de crooner de big band e um talento
especial para transformar histórias aparentemente tolas em
letras que são verdadeiros
achados, Lekman chama a
atenção tanto pela qualidade
quanto pelo volume -"estou
trabalhando em 50 músicas"-
de sua produção, que ele define
como "música para embalos de
sábado à noite; aí, quando você
vê, já é domingo de manhã e na
segunda você vai morrer".
A definição pode dar uma
boa idéia do que é a música de
Lekman: um emaranhado de
referências que passam pela
tristeza agridoce do Belle and
Sebastian, o romantismo cara-de-pau do Magnetic Fields, a
atmosfera das produções de
Phill Spector e, até, as colagens
sonoras do Avalanches.
Em 2004, Lekman foi eleito
o 15º homem mais sexy da Suécia pela versão local da revista
"Elle". "Em 2005, fui o 33º e
em 2006 eu nem entrei. Juro
que no ano que vem eu volto
para a lista", brinca. Mas ele diz
que não é muito popular em
seu país. "O José Gonzáles vendeu muito mais discos."
Lekman chegou a abandonar
a música em 2005, por quatro
meses. "Eu me comprometi
com coisas que não deveria, o
que atrapalhou um relacionamento", explica, vago. "Acabei
culpando a imprensa por isso."
Decidiu buscar um "emprego
normal", que encontrou em
um bingo em sua cidade natal.
"Só agüentei dois dias. Então
decidi voltar a fazer música."
Sobre os shows no Brasil,
Lekman não tem muita certeza
de como serão. "Acho que vou
levar um baterista e um trompetista comigo", diz. "Talvez
chame o pessoal do Hell on
Wheels, companheiros de turnê, para me ajudar. Talvez ache
um baixista no Brasil."
Lekman está acostumado a
recrutar músicos nos próprios
países onde toca. "Se não fosse
assim, seria muito difícil tocar
em lugares mais distantes."
(DAGOBERTO DONATO)
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