São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006

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Lekman faz jóias com histórias tolas

Cantor é a principal atração da turnê de novos artistas suecos que desembarca no Brasil em dezembro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Principal atração da tour Invasão Sueca, que passa por Curitiba, Rio e faz parada em São Paulo em 13 de dezembro, Jens Lekman é considerado um dos atuais queridinhos do Pitchforkmedia (www.pitchfork media.com). O site americano tornou-se referência para fãs de música. "O problema é o "clube do 8". As pessoas confiam cegamente em qualquer resenha em que o site dê uma nota superior a 8", diz ele, por telefone, de Gotemburgo.
Lekman é um dos seletos membros do tal clube, do qual ficou sócio com o lançamento de "Oh You're So Silent Jens", em 2005. Seu segundo álbum cheio, assim como o primeiro, "When I Said I Wanted to Be Your Dog", são, na verdade, uma coletânea de EPs, formato preferido pelo músico.
Dotado de uma voz de crooner de big band e um talento especial para transformar histórias aparentemente tolas em letras que são verdadeiros achados, Lekman chama a atenção tanto pela qualidade quanto pelo volume -"estou trabalhando em 50 músicas"- de sua produção, que ele define como "música para embalos de sábado à noite; aí, quando você vê, já é domingo de manhã e na segunda você vai morrer".
A definição pode dar uma boa idéia do que é a música de Lekman: um emaranhado de referências que passam pela tristeza agridoce do Belle and Sebastian, o romantismo cara-de-pau do Magnetic Fields, a atmosfera das produções de Phill Spector e, até, as colagens sonoras do Avalanches.
Em 2004, Lekman foi eleito o 15º homem mais sexy da Suécia pela versão local da revista "Elle". "Em 2005, fui o 33º e em 2006 eu nem entrei. Juro que no ano que vem eu volto para a lista", brinca. Mas ele diz que não é muito popular em seu país. "O José Gonzáles vendeu muito mais discos."
Lekman chegou a abandonar a música em 2005, por quatro meses. "Eu me comprometi com coisas que não deveria, o que atrapalhou um relacionamento", explica, vago. "Acabei culpando a imprensa por isso." Decidiu buscar um "emprego normal", que encontrou em um bingo em sua cidade natal. "Só agüentei dois dias. Então decidi voltar a fazer música."
Sobre os shows no Brasil, Lekman não tem muita certeza de como serão. "Acho que vou levar um baterista e um trompetista comigo", diz. "Talvez chame o pessoal do Hell on Wheels, companheiros de turnê, para me ajudar. Talvez ache um baixista no Brasil."
Lekman está acostumado a recrutar músicos nos próprios países onde toca. "Se não fosse assim, seria muito difícil tocar em lugares mais distantes."
(DAGOBERTO DONATO)

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