São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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7 For All Mankind chega a São Paulo

A investida das grifes estrangeiras de jeanswear no Brasil ganha um novo round com a abertura, em São Paulo, em março do ano que vem, de uma loja da marca norte-americana 7 For All Mankind. A loja será a terceira da grife no mundo -as outras duas estão sendo inauguradas neste final de ano em Los Angeles e Dallas (EUA).
Apesar de ser uma das marcas de jeans mais famosas do planeta, usada por estrelas como Cameron Diaz e Gwyneth Paltrow, a 7 For All Mankind (7 Para Toda a Humanidade) só agora deslanchou um plano de lojas próprias, após ter sido adquirida por US$ 775 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) pelo grupo VF, o mesmo dono da Wrangler e da Kipling.
Quem está trazendo a 7 ao Brasil é uma dupla de jovens empresários: o brasileiro Ricardo Minelli, 42, e Emanuel Bernini, 38, de origem italiana. Eles já são donos de duas multimarcas de importados: The Address, de jeans (na Daslu), e a charmosa Sho&Purs, de sapatos, bolsas e outros acessórios (no shopping Iguatemi).
Os dois trabalharam na Daslu nos anos 90, onde se conheceram, e são especialistas no mercado fashion. Ricardo é filho do famoso alfaiate paulista Arturo Minelli e fez MBA em negócios de moda na faculdade Bocconi (Milão), chamada a "Harvard italiana".
A loja da 7, cujo endereço ainda está sendo negociado, vai custar cerca de US$ 600 mil (aproximadamente R$ 1,1 milhão) e será desenhada por Paolo Giacchi, o arquiteto do sapateiro hype Jimmy Choo, que projetou também a Sho&Purs.
A 7 For All Mankind surgiu em 2000 na Califórnia -onde fabrica seus jeans- e atua no ramo do chamado "luxury premium denin", o jeans superluxuoso e, portanto, bastante caro lá fora. No Brasil, as calças também terão preços apimentados: entre R$ 800 e R$ 1.500, em média.
A grife vai competir diretamente com a Diesel, a principal marca estrangeira de jeans que atua no país. "A Diesel recriou a sua marca no Brasil. É um trabalho admirável conseguir vender por um preço caro, aqui, um jeans que é barato na Europa", afirma Emanuel.
Os empresários resolveram apostar no jeans importado porque constataram que os endinheirados do país estão trocando as marcas nacionais pelas estrangeiras. "O fitting e a modelagem do jeans brasileiro ficaram muito atrás das melhores grifes internacionais", diz Emanuel. "A tecnologia neste ramo também estagnou. E os grandes fabricantes perderam seu alvo de mercado. Eles precisam saber em que segmento atacar", completa Ricardo.
Os dois também julgam que o jeans é o produto fashion mais fácil de trabalhar no Brasil, apesar das dificuldades que cercam a vinda de produtos estrangeiros de luxo ao país.
Para começar, as dificuldades da importação. "Hoje todo mundo que importa no Brasil é malvisto", afirma Emanuel.
Além disso, o mercado brasileiro ainda tem pouca expressão quando o assunto é comércio de luxo. "As grifes estrangeiras pensam três, quatro vezes antes de aportarem no Brasil. O consumo de luxo é muito restrito por aqui. Para mudar esse quadro, o país precisaria ter um fortalecimento da classe média, o que não está ocorrendo", analisa Ricardo.


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