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7 For All Mankind chega a São Paulo
A investida das grifes estrangeiras de jeanswear no Brasil
ganha um novo round com a
abertura, em São Paulo, em
março do ano que vem, de uma
loja da marca norte-americana
7 For All Mankind. A loja será a
terceira da grife no mundo -as
outras duas estão sendo inauguradas neste final de ano em
Los Angeles e Dallas (EUA).
Apesar de ser uma das marcas de jeans mais famosas do
planeta, usada por estrelas como Cameron Diaz e Gwyneth
Paltrow, a 7 For All Mankind (7
Para Toda a Humanidade) só
agora deslanchou um plano de
lojas próprias, após ter sido adquirida por US$ 775 milhões
(cerca de R$ 1,4 bilhão) pelo
grupo VF, o mesmo dono da
Wrangler e da Kipling.
Quem está trazendo a 7 ao
Brasil é uma dupla de jovens
empresários: o brasileiro Ricardo Minelli, 42, e Emanuel
Bernini, 38, de origem italiana. Eles já são donos de duas
multimarcas de importados:
The Address, de jeans (na
Daslu), e a charmosa
Sho&Purs, de sapatos, bolsas e outros acessórios (no
shopping Iguatemi).
Os dois trabalharam na
Daslu nos anos 90, onde
se conheceram, e são especialistas no mercado
fashion. Ricardo é filho
do famoso alfaiate paulista Arturo Minelli e
fez MBA em negócios de moda
na faculdade Bocconi (Milão),
chamada a "Harvard italiana".
A loja da 7, cujo endereço ainda está sendo negociado, vai
custar cerca de US$ 600 mil
(aproximadamente R$ 1,1 milhão) e será desenhada por Paolo Giacchi, o arquiteto do sapateiro hype Jimmy Choo, que
projetou também a Sho&Purs.
A 7 For All Mankind surgiu
em 2000 na Califórnia -onde
fabrica seus jeans- e atua no
ramo do chamado "luxury premium denin", o jeans superluxuoso e, portanto, bastante caro lá fora. No Brasil, as calças
também terão preços apimentados: entre R$ 800 e R$ 1.500,
em média.
A grife vai competir diretamente com a Diesel, a principal
marca estrangeira de jeans que
atua no país. "A Diesel recriou a
sua marca no Brasil. É um trabalho admirável conseguir vender por um preço caro, aqui, um
jeans que é barato na Europa",
afirma Emanuel.
Os empresários resolveram
apostar no jeans importado
porque constataram que os endinheirados do país estão trocando as marcas nacionais pelas estrangeiras. "O fitting e a
modelagem do jeans brasileiro
ficaram muito atrás das melhores grifes internacionais", diz
Emanuel. "A tecnologia neste
ramo também estagnou. E os
grandes fabricantes perderam
seu alvo de mercado. Eles precisam saber em que segmento
atacar", completa Ricardo.
Os dois também julgam que o
jeans é o produto fashion mais
fácil de trabalhar no Brasil, apesar das dificuldades que cercam
a vinda de produtos estrangeiros de luxo ao país.
Para começar, as dificuldades da importação. "Hoje todo
mundo que importa no Brasil é
malvisto", afirma Emanuel.
Além disso, o mercado brasileiro ainda tem pouca expressão quando o assunto é comércio de luxo. "As grifes estrangeiras pensam três, quatro vezes antes de aportarem no Brasil. O consumo de luxo é muito
restrito por aqui. Para mudar
esse quadro, o país precisaria
ter um fortalecimento da classe
média, o que não está ocorrendo", analisa Ricardo.
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