São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

"Dália Negra" se salva, apesar do livro que o inspirou

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se existe uma coisa indigesta é a proximidade entre um filme e o livro que o inspira. Se lemos o livro primeiro (sendo um bom livro), o filme parece carecer de profundidade, de detalhes que fazem o encanto dos personagens e da trama.
Quando, ao contrário, vemos o filme antes, só conseguimos imaginar personagens e cenários a partir do que vimos. Em todo caso, eu fiz questão de ler o livro de James Ellroy que inspirou "Dália Negra" (Telecine Premium, 2h35) para saber se o diabo era tão feio quanto pintavam (isto é, o filme tão inferior ao livro).
Pareceu-me, ao contrário, que o filme se salva apesar do livro, prolixo ao extremo. A condensação da história buscou o principal da trama. E acrescenta-lhe algo que só a imagem do cinema pode desenvolver plenamente: a árdua batalha para chegar à verdade num mundo feito de aparências. Em vez de nos perdermos nos infinitos detalhes de Ellroy, é no universo das imagens falsas que nos debatemos.


Texto Anterior: Série: "Friday Night..." volta em busca de técnico
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.