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Chegou ao fim o que começava a ser uma das maiores polêmicas culturais do ano: a permanência, ou não, do maestro John Neschling à frente da Osesp, a Orquestra Sinfônica do Estado. A secretária de Cultura, Claudia Costin, revelou à coluna a decisão do governo:
 

Folha - O maestro fica ou sai?
Claudia Costin - O maestro Neschling fica. Nunca houve intenção de não renovar o contrato com ele. Nosso interesse é manter o maestro, que foi tão importante para o reerguimento da orquestra, à frente dela. Ninguém pode pôr em risco um projeto deste porte.

Folha - Existe a possibilidade de se reduzir o salário dele?
Costin - O maestro ganha R$ 1,2 milhão por ano. E ele merece cada centavo, por conta de sua qualidade como regente. O [maestro alemão] Kurt Masur esteve aqui e atestou essa qualidade. É como numa empresa: um profissional de gabarito tem que ganhar bem.

Folha - Ele continuará recebendo passagens para a Suíça?
Costin - Isso tudo é negociado a cada ano. A nossa intenção, neste momento, é melhorar as condições institucionais da orquestra. Nós vamos constituir um conselho, como os que existem nas melhores orquestras do mundo. O maestro será subordinado a ele e não mais diretamente à Secretaria de Cultura. O conselho vai verificar o orçamento necessário à orquestra e a aplicação dos recursos, hoje de R$ 17 milhões. Nossa idéia é tirar dos ombros do maestro a rotina administrativa. Ele tem que ter independência artística, mas tem que viver dentro de um orçamento determinado.

Folha - Quem fará parte do conselho?
Costin - Vão estar nele Edemar Cid Ferreira, Horacio Lafer Piva, Persio Arida, Fernando Xavier e Hector Babenco, entre outros. O conselho é que vai definir também a transição para a orquestra ser gerida por uma organização social.

Folha - O TCE (Tribunal de Contas do Estado) levantou a possibilidade de isso se caracterizar como a transferência de um patrimônio público para a iniciativa privada.
Costin - Se fosse malfeito, poderia acontecer uma privatização da orquestra. Mas a organização social é figura criada por lei justamente para gerenciar coisas como institutos científicos, hospitais e orquestras, áreas que exigem maior flexibilidade de atuação. É uma entidade qualificada que recebe recursos do Estado e, em contrapartida, presta serviços pactuados. Tudo é regido por um contrato de gestão.

SEGURANÇA

Natal na selva

É Natal, tempo de compras -e de aumento do número de assaltos na cidade. A partir desta semana, 1.200 policiais serão deslocados para 90 áreas consideradas de maior movimento e risco, como por exemplo as ruas Oscar Freire e Haddock Lobo, a avenida Paulista e os arredores dos principais shopping centers.
 
A Secretaria de Segurança está bolando também uma espécie de manual de sobrevivência do Natal, com dicas para se evitar assaltos.
 
Algumas dicas para enfrentar a guerra: depois das compras, peça para o vendedor guardar as sacolas na loja e depois passe com o carro para recolher. Assim, você não chamará a atenção de assaltantes; evite usar bolsa ao lado do corpo ou atrás, como mochila. A secretaria recomenda que elas sejam carregadas na frente; leve somente o dinheiro necessário, preferindo cartões; observe de perto as transações com cartões de crédito, para que não sejam clonados; evite usar o celular no carro, pois isso chama a atenção dos assaltantes. Na Paulista, por exemplo, eles têm roubado aparelhos a qualquer hora do dia.

GORDOS E MAGROS
A AmBev será obrigada, a partir de março, a informar nos rótulos de seus refrigerantes e bebidas a quantidade de calorias existente nas garrafas. A decisão, do juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível, começa a valer em março. A empresa estará sujeita a multas diárias de até R$ 5 milhões.

VIDA DURA
Os gastos "secretos" com cartões de crédito do Planalto, que já passaram de R$ 5 milhões, mostra que um dos principais gastos dos seguranças dos filhos do presidente Lula, em SP, são feitos em shopping centers, cinemas, shows e parques de diversão. Um segurança já gastou, por exemplo, R$ 50 para acompanhar Lurian, a filha de Lula, ao Playcenter. Dois seguranças gastaram R$ 126 para comprar ingressos no setor vip de um show de Gilberto Gil -na cola do filho do presidente, Sandro, que foi aplaudir o ministro.

MAIS UM
O show de Caetano Veloso no Baretto, do hotel Fasano, vai até o sábado, 19. A primeira sessão ainda tem ingressos (R$ 500). A segunda será feita só para convidados.

Ô, DA POLTRONA!
A revista "Na Poltrona", do grupo de ônibus Itapemirim, traz uma entrevista exclusiva com o presidente Lula - "a segunda que concede a uma revista brasileira", gaba-se a publicação. Nela, o presidente diz que viajar de ônibus foi uma das experiências "mais fascinantes" de sua vida. E diz que "Na Poltrona" "é, sem dúvida, um veículo formador de opinião".

bergamo@folhasp.com.br

COM CLEO GUIMARÃES E LUCRECIA ZAPPI

CURTO-CIRCUITO

Inaugura hoje a 2ª Mostra dos Ateliês do MuBE, com curadoria de Sérgio Romagnolo e obras de alunos, ex-alunos e professores, a partir das 19h.
É hoje o coquetel de lançamento da exposição de fotografia "Olhar Magenta", a partir das 19h, no bar Magenta; o dinheiro arrecadado com a venda das fotos vai para a fundação Cidade Escola Aprendiz.
Hoje tem lançamento do "Incanto", o novo perfume de Salvatore Ferragamo, a partir das 18h, na loja da grife no Shopping Center Iguatemi.
O 3º Festival do Cinema Catalão começa hoje, no Centro Cultural de São Paulo, e vai até o dia 21.
O anuário dos decoradores "Decor Year Book 2004" será lançado hoje, a partir das 19h, no L"Hotel, nos Jardins.


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