São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

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Com R$ 91 milhões, Andrucha Waddington filmará biografia do conquistador Hernán Cortés, com cenas no Brasil

Brasileiro dirige épico sobre império asteca

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta brasileiro Andrucha Waddington ("Eu Tu Eles", "Casa de Areia") retratará num filme de US$ 40 milhões (R$ 91 milhões) a história do conquistador espanhol Hernán Cortés (1485-1547).
Waddington foi convidado para dirigir o projeto internacional pelo produtor da norte-americana Gang Productions Gianni Nunnari. A assinatura de Nunnari está por trás de superproduções como "Alexandre" (2004, Oliver Stone). É dele também o projeto de adaptar para o cinema o livro "Onze Minutos", de Paulo Coelho.
A Gang Productions estima que este seja o maior orçamento já reunido para um filme falado em espanhol. Waddington diz que a idéia inicial dos produtores era rodar o longa em inglês. Mas conta que eles foram imediatamente receptivos à sua sugestão de adotar o espanhol.
"Na verdade [US$ 40 milhões] é pouco dinheiro para o tamanho deste filme. Ele é um épico gigantesco, com cenas de batalha e reconstituição histórica", diz Waddington.
O início das filmagens de "Conquistador" está previsto para setembro de 2006, com 70% das cenas rodadas no Brasil, sobretudo no litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A reconstituição de Tenochtitlán, capital do império asteca, onde Cortés é recebido, será feita "provavelmente num lago de altitude no Chile ou na Argentina", afirma o cineasta.
Waddington diz que pretende ter "o maior elenco espanhol já reunido". O diretor não confirma que o protagonista será vivido pelo ator espanhol Javier Bardem -indicado ao Oscar por sua interpretação do poeta cubano Reinaldo Arenas em "Antes do Anoitecer", 2001-, mas diz que "adoraria" tê-lo no papel.
"Conquistador" acompanhará a história de Cortés desde sua saída de Cuba até 1521, após as batalhas de Tenochtitlán. Waddington reconstituirá, entre outros, o episódio em que Cortés afunda as próprias embarcações, para evitar a volta de seus homens a Cuba.
A trama será "totalmente baseada no xadrez entre Cortés e [o imperador asteca] Montezuma", diz Waddington. Cortés viverá também uma grande história de amor. Waddington quer "uma atriz desconhecida" no papel.
O diretor, que há 11 meses estuda a história de Cortés e da civilização asteca, diz que está "feliz de fazer um filme que fala das Américas, porque, na verdade, somos todos colonizados".
A abordagem da colonização em "Conquistador" é do tipo "desastrosa e impositiva, em que dois mundos colidem", diz Waddington. Na opinião do diretor, "o mais lindo [na história] é quando o desconhecido encontra o desconhecido".
Waddington está colaborando no roteiro do longa, de Nicholas Kazan. "Eu o li duas vezes seguidas assim que o recebi. No dia seguinte pela manhã, liguei para o Gianni [Nunnari] e disse que ele nunca mais se livraria de mim, enquanto não fizéssemos esse filme", conta Waddington.


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