São Paulo, quarta, 16 de dezembro de 1998

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NETVOX
Faça o seu preço

MARIA ERCILIA

Editora de Internet
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Você é um caso perdido se, ao entrar numa loja e perguntar quanto custa um disco, sente uma inexplicável necessidade de sair dando cliques para comparar preços na Internet.
Pensando em casos assim, terminais, a empresa de consultoria Andersen Consulting acaba de criar um aparelhinho chamado Pocket Bargain Finder (www.ac.com/services/cstar/cstar-child/ecpocketbf- cn.htm). Trata-se de um leitor de código de barras, combinado com um telefone celular com acesso à Internet e uma pequena tela. Munido de um destes, você entra na loja e escolhe o que quer comprar.
Mas, em vez de puxar a carteira, puxa o seu Pocket Bargain Finder e lê o código de barras do objeto de seu desejo.
Ele disca um número de provedor de acesso, conecta-se a um site de pesquisa de preços e mostra a melhor cotação para aquele produto.
Ficção científica? Em 1995, a Andersen criou um site chamado Bargain Finder, avô de todos os sites de comparação de preços que fazem tanto sucesso hoje. Ele buscava preços de CDs em seis lojas.
Tecnicamente o protótipo da Andersen não tem nada de inviável. Ele poderia, dentro de alguns anos, trazer para o varejo tradicional a guerra de preços que já acontece em sites norte-americanos na Internet, medida centavo a centavo.
Mas na prática as coisas não são tão simples assim. Pesquisas recentes mostram que o preço não é o único -talvez nem mesmo o principal- fator numa compra.
Recentemente, quando as lojas eletrônicas CDNow e N2K se uniram numa só empresa, descobriram que tinham em comum somente 10% de seus compradores.
Ou seja, eles compravam na mesma loja porque estavam acostumados, mesmo que a dois cliques de distância pudessem encontrar um preço um pouco melhor.
A Internet e os sistemas eletrônicos de verificação de preços têm o potencial de alterar bastante a relação do consumidor com os vendedores, mas nem todos os seus efeitos são previsíveis.
À primeira vista poderia parecer que a facilidade de cotação de preços na Internet poderia levar o varejo a uma guerra de descontos suicida.
Mas pessoas não são máquinas que se guiam unicamente pela melhor cotação. Quem compra acaba estabelecendo alguma conexão emocional com o "lugar" que escolhe, seja ele real ou virtual. A confiança na marca, a facilidade de busca num site, a rapidez no serviço, tudo isso pode influenciar a decisão do comprador.
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Leilão de hotéis

Além dos comparadores de preços, outros modelos de sites de consumo surgem na Internet, fugindo do tradicional ponto-de-venda.
Acaba de estrear o site brasileiro Bargain (www.bargain.com.br), no molde do Priceline norte-americano -uma espécie de leilão permanente onde o comprador faz o preço. O interessado escolhe uma cidade e tipo de hotel em que quer se hospedar e sugere um preço.
O site entra em contato com os hotéis associados e oferece o "lance". Quem topar, leva o hóspede.
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E-mail: netvox@uol.com.br


NOTAS

"Ponto quente"
"A América Latina tem um gorila de 800 libras usando a Internet, e ele fala português." Assim começa reportagem da revista "Interactive Week" (www.zdnet.com/ intweek), que destaca o Brasil como um dos "pontos quentes" em que a Internet está crescendo. A revista oferece a estranha teoria de que, como as companhias telefônicas foram impedidas de fornecer acesso, os pequenos provedores prosperaram no país.
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HotMail a domicílio
Agora é possível ler mensagens de HotMail num programa como o Outlook ou o Netscape Mail. O HotMail Express, um arquivo de ajuda do Windows que pode ser copiado em www.hotmail-express.com, ensina como configurar seu software para copiar as mensagens para seu computador.
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Receita
A Receita colocou uma versão beta do programa de declaração de Imposto de Renda no seu site (www.receita.fazenda.gov.br). A idéia é deixar o software à disposição do público, para que seja avaliado. Quem quiser pode enviar sugestões e críticas para irpf99beta@receita.fazenda.gov.br.
Não é possível fazer declaração usando esta versão.
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Siciliano
Esta coluna publicou em 2/12 dados do site BookMiner (miner.uol.com.br) segundo os quais os usuários que pediam uma consulta de livros no site da Siciliano recebiam resposta em 76,12% dos casos. Ricardo Miranda, responsável pelo site, explica que o desempenho ficou reduzido porque o computador da livraria ficou alguns dias fora do ar.




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