São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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"Disseram que vou querer morar na Bahia"

DE ESSEX (INGLATERRA)

"E aí, cara, me conte do Brasil. Ano que vem vou lá, com certeza!", começa Jamie Oliver. "Dizem que a Bahia é muito bonita. Só ouvi coisas boas, disseram que eu vou querer morar lá. É violento, é barra pesada?", pergunta, empolgado.
"O fato é que já trabalhei com muitos brasileiros e nunca encontrei um que fosse babaca, são sempre muito, muito boa gente. Muitos brasileiros vêm, trabalham duro, guardam um dinheiro e voltam e abrem seus restaurantes", conta Jamie, logo depois de discorrer sobre as qualidades dos brasileiros como animadores de festas.
O chef quer passar alguns meses descansando, viajar pelo mundo, mas, por enquanto, seus projetos são só trabalho.
Por trás do jeito descontraído, da cara de moleque, dos palavrões constantes, Jamie comanda uma empresa com 180 funcionários, tem um restaurante em Londres (o Fifteen, com fila de espera de meses) em que treina jovens de comunidades pobres, faz os programas de televisão e ainda vai lançar uma cadeia de restaurantes no interior do Reino Unido, a Italiano do Jamie. "É para ser rápido, com boa relação custo-benefício", diz.
Além disso, sabe muito bem do poder que a TV lhe trouxe. Famoso desde que estreou no "The Naked Chef", há dez anos, Oliver estourou mesmo quando conduziu uma campanha para melhorar a qualidade da comida nas escolas britânicas, em 2005. "Trabalhei com o governo por três anos, pedindo mais dinheiro para melhorar a comida das escolas e era sempre não, não, não. Três dias depois que o programa foi ao ar, surgiram 288 milhões de libras [R$ 1,1 bilhão] de onde?".
Jamie tem sua própria receita para manter os pés no chão. "De segunda a sexta, é trabalho. Fim de semana é aqui, com a família. Não temos ninguém para cozinhar nem para cuidar das crianças [duas filhas, de 5 e 4 anos], somos só nós."
E, no final, jura que o sucesso não mudou sua vida. "Para falar a verdade, é esquisito pra cacete. Não foi culpa minha!" (PDL)


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