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"Disseram que vou querer morar na Bahia"
DE ESSEX (INGLATERRA)
"E aí, cara, me conte do Brasil. Ano que vem vou lá, com
certeza!", começa Jamie Oliver.
"Dizem que a Bahia é muito bonita. Só ouvi coisas boas, disseram que eu vou querer morar
lá. É violento, é barra pesada?",
pergunta, empolgado.
"O fato é que já trabalhei com
muitos brasileiros e nunca encontrei um que fosse babaca,
são sempre muito, muito boa
gente. Muitos brasileiros vêm,
trabalham duro, guardam um
dinheiro e voltam e abrem seus
restaurantes", conta Jamie, logo depois de discorrer sobre as
qualidades dos brasileiros como animadores de festas.
O chef quer passar alguns
meses descansando, viajar pelo
mundo, mas, por enquanto,
seus projetos são só trabalho.
Por trás do jeito descontraído, da cara de moleque, dos palavrões constantes, Jamie comanda uma empresa com 180
funcionários, tem um restaurante em Londres (o Fifteen,
com fila de espera de meses)
em que treina jovens de comunidades pobres, faz os programas de televisão e ainda vai lançar uma cadeia de restaurantes
no interior do Reino Unido, a
Italiano do Jamie. "É para ser
rápido, com boa relação custo-benefício", diz.
Além disso, sabe muito bem
do poder que a TV lhe trouxe.
Famoso desde que estreou no
"The Naked Chef", há dez anos,
Oliver estourou mesmo quando conduziu uma campanha
para melhorar a qualidade da
comida nas escolas britânicas,
em 2005. "Trabalhei com o governo por três anos, pedindo
mais dinheiro para melhorar a
comida das escolas e era sempre não, não, não. Três dias depois que o programa foi ao ar,
surgiram 288 milhões de libras
[R$ 1,1 bilhão] de onde?".
Jamie tem sua própria receita para manter os pés no chão.
"De segunda a sexta, é trabalho.
Fim de semana é aqui, com a família. Não temos ninguém para
cozinhar nem para cuidar das
crianças [duas filhas, de 5 e 4
anos], somos só nós."
E, no final, jura que o sucesso
não mudou sua vida. "Para falar
a verdade, é esquisito pra cacete. Não foi culpa minha!"
(PDL)
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