São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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Crítica

Complexidade feminina move "Pacto de Sangue"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Uma mulher quer se livrar do marido, mas não quer sair da história sem uma recompensa. Um apaixonado agente de seguros providencia as duas coisas: uma apólice para o marido e, depois, o crime.
A questão mais intrigante em "Pacto de Sangue" (TC Cult, 20h; não indicado para menores de 12 anos) é essa: será que Barbara Stanwyck ama mesmo Fred MacMurray ou vê nele apenas um meio para chegar a seus fins? Sua insatisfação é exclusivamente com o marido ou com a vida em geral? De quem ela quer uma revanche, afinal?
Ou seja, a mulher é complexa e o homem é simples, neste tenso policial de Billy Wilder.
Talvez esse seja, aliás, o real assunto do filme, essa bruma feminina à qual o homem não sabe como se contrapor.
Ou antes, só pode se contrapor pelo alheamento -é o caso de Edward G. Robinson no filme: o detetive da seguradora, dotado de uma calma e uma precisão irritantes. Irritantes porque nós torcemos, é claro, pelo frágil criminoso e sua torturada sócia.


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