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LITERATURA
Autor de "Os Tambores de São Luís", que morreu na noite de anteontem, passou 51 de seus 88 anos na ABL
Academia homenageia Josué Montello
DA SUCURSAL DO RIO
A Academia Brasileira de Letras
se despediu ontem de seu mais
antigo integrante. Morto na noite
de anteontem, o escritor Josué
Montello, que passou 51 de seus
88 anos na ABL, foi sepultado ontem à tarde no mausoléu da instituição, no cemitério São João Batista (zona sul do Rio).
Montello estava internado desde agosto do ano passado na casa
de São José, com problemas cardíacos e respiratórios. Teve falência múltipla às 20h30 de anteontem. Ele deixa viúva, duas filhas,
cinco netos e quatro bisnetos.
Durante o velório realizado ontem na ABL, os acadêmicos ressaltaram a importância de Montello para a instituição. O escritor
se elegeu para a cadeira 29 em 4 de
novembro de 1954, aos 37 anos, e
foi presidente da Academia no
biênio 1994-95, inaugurando o
sistema de rodízio -antes, Austregésilo de Athayde ficara 35
anos no posto.
"Ele é uma legenda para essa casa. A Academia precisará tomar
cuidado com quem colocar nessa
vaga, que é emblemática. Terá
que ser um escritor. E um nome
muito representativo da literatura
brasileira", afirmou o poeta Ivan
Junqueira, presidente até dezembro de 2005.
"É um vazio muito grande.
Muitos de nós estão pensando no
que será a Academia sem Josué
Montello", disse Tarcísio Padilha,
também ex-presidente.
Impressões
O atual presidente, Marcos Vilaça, disse que "as impressões digitais de Josué Montello estão em
toda a Academia", referindo-se
especialmente às reformas que ele
promoveu na instituição nos anos
90. "Ele foi um escritor universal,
mas, quanto mais se tornava referência internacional, mais reforçava as suas raízes maranhenses",
disse Vilaça.
Sobre o caixão de Montello foram postas as bandeiras da ABL e
do Maranhão. Grande parte de
sua extensa obra -mais de 120 livros- tem o Estado como cenário, em especial a capital, São Luís,
onde nasceu em 1917. Na cidade
ele criou a Casa de Cultura Josué
Montello.
"Três de seus livros são fulgurantes: "Os Tambores de São Luís",
"Largo do Desterro" e "Noite sobre
Alcântara". Era um grande escritor e um homem bom de verdade", exaltou o acadêmico Alberto
da Costa e Silva.
A morte de Montello adiou para
a próxima quinta-feira a eleição
para a cadeira 28 da ABL. O jurista
Célio Borja e o escritor Domício
Proença Filho disputam a vaga
que pertencia a Oscar Dias Corrêa. Na terça-feira, serão abertas
as inscrições para a vaga de Montello.
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