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Bienal do Livro de SP destaca nova literatura alemã
As escritoras Julia Franck e Antje Rávic Strubel já têm participação confirmada no evento, que ocorre em agosto
Instituto Goethe, responsável pela vinda dos autores ao Brasil, também deve receber debates com nomes daqui e da Alemanha
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A LEIPZIG
A 20ª Bienal Internacional
do Livro de São Paulo, que
acontece entre 14 e 24 de agosto, terá uma semana inteira dedicada à novíssima literatura
alemã. Durante a Feira de Leipzig, o diretor do Instituto Goethe de São Paulo, Wolfgang Bader, anunciou três dos nomes já
confirmados para participarem
do evento: Julia Franck, cujo livro "Die Mittagsfrau" (a mulher do meio-dia) foi vencedor
do Deutscher Bucherpreis
2007 -equivalente alemão ao
Booker Prize inglês; Antje Rávic Strubel, autora de "Kältere
Schichten der Luft" (camadas
mais frias do ar), e Ilija Trojanow, autor de "Der Weltensammler" (o colecionador de
mundos).
Os três escritores e os livros
citados acima fazem parte do
Litrix, programa de fomento à
tradução da literatura alemã, ligado ao Instituto Goethe, e que
tem o Brasil como país-alvo no
biênio 2007/2008.
Na Bienal, os autores farão
leituras em uma "text box"
-cabine transparente com cerca de 6 m2, à prova de som- de
trechos de seus livros. Os organizadores da Feira de Frankfurt, que promoverá a performance, querem que escritores brasileiros também participem
da "text box".
Bader quer levar até oito escritores à semana de literatura
alemã da Bienal. Outros dois
autores em vista são Robert
Menasse e o suíço Pascal Mercier (pseudônimo do filósofo
Peter Berri).
"Os escritores não necessariamente estão ligados ao programa Litrix. O importante é
que eles tenham um grande valor representativo do panorama contemporâneo da literatura alemã que, depois de um período reconhecidamente fraco,
de autores e livros com imagem
de intelectualizados demais,
agora surgem com novas maneiras de narrar e com novos
temas. É uma nova geração
marcada pelo background não-alemão, como é o caso de Trojanow, e das mulheres, como
Julia Franck e Antje Rávic
Strubel", disse Bader.
Além de Franck, Strubel e
Trojanow, Bader confirmou a
presença do filósofo alemão
Oskar Negt, ligado a nomes como Theodor Adorno e Jürgen
Habermas, numa mesa que irá
discutir os eventos do maio de
1968, 40 anos depois. A idéia é
confrontar Negt com um escritor brasileiro, debatendo o que
foi ser politizado em 1968 e o
que significa isso nos dias
atuais.
Hoje à noite, em Berlim, Bader será o moderador de uma
mesa no Instituto Ibero-Americano sobre "Literatura Brasileira na Alemanha - Um Negócio Difícil?", com a participação da editora Izabel Aleixo, da
Nova Fronteira, do professor
Berthold Zilly, tradutor para o
alemão de "Os Sertões", de
Euclydes da Cunha, e de Nicole
Witt, que faz parte da Agência
Literária Mertin.
O jornalista EDUARDO SIMÕES viajou a convite
do Instituto Goethe de São Paulo
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