São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

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Bienal do Livro de SP destaca nova literatura alemã

As escritoras Julia Franck e Antje Rávic Strubel já têm participação confirmada no evento, que ocorre em agosto

Instituto Goethe, responsável pela vinda dos autores ao Brasil, também deve receber debates com nomes daqui e da Alemanha

EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A LEIPZIG

A 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 14 e 24 de agosto, terá uma semana inteira dedicada à novíssima literatura alemã. Durante a Feira de Leipzig, o diretor do Instituto Goethe de São Paulo, Wolfgang Bader, anunciou três dos nomes já confirmados para participarem do evento: Julia Franck, cujo livro "Die Mittagsfrau" (a mulher do meio-dia) foi vencedor do Deutscher Bucherpreis 2007 -equivalente alemão ao Booker Prize inglês; Antje Rávic Strubel, autora de "Kältere Schichten der Luft" (camadas mais frias do ar), e Ilija Trojanow, autor de "Der Weltensammler" (o colecionador de mundos).
Os três escritores e os livros citados acima fazem parte do Litrix, programa de fomento à tradução da literatura alemã, ligado ao Instituto Goethe, e que tem o Brasil como país-alvo no biênio 2007/2008.
Na Bienal, os autores farão leituras em uma "text box" -cabine transparente com cerca de 6 m2, à prova de som- de trechos de seus livros. Os organizadores da Feira de Frankfurt, que promoverá a performance, querem que escritores brasileiros também participem da "text box".
Bader quer levar até oito escritores à semana de literatura alemã da Bienal. Outros dois autores em vista são Robert Menasse e o suíço Pascal Mercier (pseudônimo do filósofo Peter Berri).
"Os escritores não necessariamente estão ligados ao programa Litrix. O importante é que eles tenham um grande valor representativo do panorama contemporâneo da literatura alemã que, depois de um período reconhecidamente fraco, de autores e livros com imagem de intelectualizados demais, agora surgem com novas maneiras de narrar e com novos temas. É uma nova geração marcada pelo background não-alemão, como é o caso de Trojanow, e das mulheres, como Julia Franck e Antje Rávic Strubel", disse Bader.
Além de Franck, Strubel e Trojanow, Bader confirmou a presença do filósofo alemão Oskar Negt, ligado a nomes como Theodor Adorno e Jürgen Habermas, numa mesa que irá discutir os eventos do maio de 1968, 40 anos depois. A idéia é confrontar Negt com um escritor brasileiro, debatendo o que foi ser politizado em 1968 e o que significa isso nos dias atuais.
Hoje à noite, em Berlim, Bader será o moderador de uma mesa no Instituto Ibero-Americano sobre "Literatura Brasileira na Alemanha - Um Negócio Difícil?", com a participação da editora Izabel Aleixo, da Nova Fronteira, do professor Berthold Zilly, tradutor para o alemão de "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, e de Nicole Witt, que faz parte da Agência Literária Mertin.


O jornalista EDUARDO SIMÕES viajou a convite do Instituto Goethe de São Paulo

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