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Crítica
Aldrich opõe infância e maturidade em terror
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Baby Jane é a garota prodígio
que perdeu o talento ao crescer.
Blanche, a irmã, teve trajetória
inversa.
Baby Jane ficou no esquecimento. Para Blanche estava reservada a glória do cinema.
Mas, calma lá: Baby Jane não
havia dado sua última palavra,
em "O que Terá Acontecido a
Baby Jane?" (TCM, 22h; 12
anos).
Ela provoca um acidente que
imobilizará a irmã numa cadeira de rodas. Ela terá doravante
controle sobre sua vida. Blanche sofrerá por cada segundo
de sucesso e por todo o fracasso
de Baby Jane.
Essa será a tocada do terror
deste filme de Robert Aldrich.
Um terror, diga-se, que não implica todo o imaginário, mas se
fixa em duas ideias centrais:
medo e perversidade, e em uma
oposição central, entre fixação
na infância e maturidade.
O horror que vem de Bette
Davis (contra Joan Crawford)
está no rosto. Nesse rosto velho
que, no entanto, nunca pôde
abandonar a infância. É um
primor de interpretação, mas
também é uma excelência de
maquiagem e luz.
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