São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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Crítica

Aldrich opõe infância e maturidade em terror

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Baby Jane é a garota prodígio que perdeu o talento ao crescer. Blanche, a irmã, teve trajetória inversa.
Baby Jane ficou no esquecimento. Para Blanche estava reservada a glória do cinema. Mas, calma lá: Baby Jane não havia dado sua última palavra, em "O que Terá Acontecido a Baby Jane?" (TCM, 22h; 12 anos).
Ela provoca um acidente que imobilizará a irmã numa cadeira de rodas. Ela terá doravante controle sobre sua vida. Blanche sofrerá por cada segundo de sucesso e por todo o fracasso de Baby Jane.
Essa será a tocada do terror deste filme de Robert Aldrich. Um terror, diga-se, que não implica todo o imaginário, mas se fixa em duas ideias centrais: medo e perversidade, e em uma oposição central, entre fixação na infância e maturidade.
O horror que vem de Bette Davis (contra Joan Crawford) está no rosto. Nesse rosto velho que, no entanto, nunca pôde abandonar a infância. É um primor de interpretação, mas também é uma excelência de maquiagem e luz.


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