São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2011 |
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Contra a maré Cartunistas avaliam charge de João Montanaro, na Folha , que causou desconforto por retratar tsunami
DIOGO BERCITO DE SÃO PAULO O cartunista da Folha João Montanaro, 14, achava que a charge dele publicada no último sábado, 12/3, "passaria despercebida". Mas o desenho de uma onda carregando destroços, veiculada um dia após o tsunami que devastou o norte do Japão, foi o tema mais comentado nas cartas enviadas ao jornal nos dias seguintes. Alguns leitores apontam desrespeito ao retratar a tragédia, e a discussão chegou à escola em que estuda. Ele foi chamado de "babaca" por colegas. Entre artistas, porém, o desenho foi elogiado. A ilustração toma como inspiração a xilogravura "A Grande Onda de Kanagawa", de Katsushika Hokusai (1760-1849), realizada entre 1830 e 1833. Nesta versão, ganhou destroços flutuantes, fogo e uma usina nuclear. A opção de reaproveitar um símbolo da cultura japonesa é um dos aspectos da charge que recebem ao mesmo tempo críticas e loas. "Os japoneses prezam muito seus ícones", explica a pesquisadora Sonia Luyten, autora de "Cultura Pop Japonesa" (ed. Hedra). "Além disso, não é hora de tocar nesse assunto, acho inoportuno." Já o artista Ziraldo vê a referência por outro enfoque. "É uma homenagem à arte japonesa! Eu gostaria de ter tido essa mesma ideia." O quadrinista Gabriel Bá, que publica na Ilustrada, também apoia a sacada. "O artista tem que dar a cara a bater. Ele foi corajoso." Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: "Minha intenção não era fazer uma piada", diz artista Índice | Comunicar Erros |
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