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MÚSICA
Cantor que vendeu mais de 20 milhões de discos em todo o mundo e que assinou um contrato de US$ 30 milhões
com sua gravadora mostra, hoje e amanhã no Olympia, o quê que o pop contemporâneo italiano tem
Ramazzotti mostra seus números em SP
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Números, números, números. A
carreira do cantor pop italiano
Eros Ramazzotti, que se apresenta
hoje e amanhã na cidade, no
Olympia, se resume basicamente a
isso. Eros acumula mais de 20 milhões de discos vendidos, o que o
torna o cantor pop best seller em
língua não-inglesa. É o artista mais
caro da BMG, com um contrato de
US$ 30 milhões.
Seu último disco, "Eros", já vendeu cerca de três milhões de cópias
em todo o mundo (o disco anterior, "Tutte Storie", vendeu seis
milhões de cópias). "Eros", a base
para os shows em São Paulo, é o
sétimo disco de sua carreira e o
terceiro lançado no Brasil.
A história de Eros, o cantor, começou em 82, ano de seu primeiro
compacto ("Ad un Amico"). O sucesso deu as caras em 84, depois de
sua primeira participação no famigerado festival de San Remo,
responsável por tudo o que é bom,
mas principalmente ruim, na música italiana contemporânea.
Eros está mais para o segundo
grupo que para o primeiro. Seu incrível sucesso não representa
qualquer acréscimo para a música
italiana, que há décadas se pauta
em hits românticos e melosos.
A eles, Eros acrescenta arranjos
grandiloquentes e óbvios, com
muitas cordas e coros ao fundo.
Para reforçar a fórmula do sucesso, o cantor conta com convidados no último CD, que traz Tina
Turner (o que se salva no disco) e
o tenor Andrea Bocelli.
Por ocasião do lançamento do
CD, Eros concedeu a seguinte entrevista à Folha.
Folha - O sr. acredita ter recebido
influência de suas origens maternas, que são calabresas?
Eros Ramazzotti - Talvez tenha
recebido dali o estímulo para enfrentar todo tipo de intempérie
que a vida oferece. Mas meu lado
musical, acredito que foi mais influenciado por meu pai.
Folha - Ele era músico?
Ramazzotti - Não só ele, mas
outros familiares, que são cantores. Com sete anos eu já tocava violão, que descobri muito cedo.
Folha - Eros é seu nome verdadeiro?
Ramazzotti - Sim. Foi meu pai
que escolheu. Esse nome chegou a
criar problemas com o padre que
me batizou. Há 30 anos, esse nome
era um sacrilégio. Depois só me
trouxe vantagens porque é um nome que se reconhece facilmente.
Folha - Que tipo de formação
musical você tem?
Ramazzotti - Tudo começou de
forma instintiva, mas 15 anos de
trabalho serviram para aprimorar.
Folha - Onde você faz mais sucesso fora da Itália?
Ramazzotti - Em toda a Europa, mas principalmente na Alemanha, Holanda, Dinamarca e Áustria. Só na Alemanha, vendi mais
de 1,5 milhão de discos.
Folha - A língua italiana é obstáculo para um sucesso ainda maior?
Ramazzotti - Se eu cantasse em
inglês, certamente faria um sucesso ainda maior. Mas o italiano é a
minha língua e tenho orgulho dela.
Não conseguiria expressar meus
sentimentos de outra forma.
Folha - Como é o CD "Eros"?
Ramazzotti - É uma seleção de
canções do passado e outras originais. Faço dois duetos, com Tina
Turner ("Cosa della Vita/Can't
Stop Thinking of You") e com Andrea Bocelli ("Musica É").
Show: Eros
Cantor: Eros Ramazzotti
Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, tel.
011/252-6255, Lapa)
Quando: hoje e amanhã, às 22h
Quanto: R$ 70 a R$ 150
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