São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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MÚSICA
Cantor que vendeu mais de 20 milhões de discos em todo o mundo e que assinou um contrato de US$ 30 milhões com sua gravadora mostra, hoje e amanhã no Olympia, o quê que o pop contemporâneo italiano tem
Ramazzotti mostra seus números em SP

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

Números, números, números. A carreira do cantor pop italiano Eros Ramazzotti, que se apresenta hoje e amanhã na cidade, no Olympia, se resume basicamente a isso. Eros acumula mais de 20 milhões de discos vendidos, o que o torna o cantor pop best seller em língua não-inglesa. É o artista mais caro da BMG, com um contrato de US$ 30 milhões.
Seu último disco, "Eros", já vendeu cerca de três milhões de cópias em todo o mundo (o disco anterior, "Tutte Storie", vendeu seis milhões de cópias). "Eros", a base para os shows em São Paulo, é o sétimo disco de sua carreira e o terceiro lançado no Brasil.
A história de Eros, o cantor, começou em 82, ano de seu primeiro compacto ("Ad un Amico"). O sucesso deu as caras em 84, depois de sua primeira participação no famigerado festival de San Remo, responsável por tudo o que é bom, mas principalmente ruim, na música italiana contemporânea.
Eros está mais para o segundo grupo que para o primeiro. Seu incrível sucesso não representa qualquer acréscimo para a música italiana, que há décadas se pauta em hits românticos e melosos.
A eles, Eros acrescenta arranjos grandiloquentes e óbvios, com muitas cordas e coros ao fundo. Para reforçar a fórmula do sucesso, o cantor conta com convidados no último CD, que traz Tina Turner (o que se salva no disco) e o tenor Andrea Bocelli.
Por ocasião do lançamento do CD, Eros concedeu a seguinte entrevista à Folha.

Folha - O sr. acredita ter recebido influência de suas origens maternas, que são calabresas?
Eros Ramazzotti -
Talvez tenha recebido dali o estímulo para enfrentar todo tipo de intempérie que a vida oferece. Mas meu lado musical, acredito que foi mais influenciado por meu pai.
Folha - Ele era músico?
Ramazzotti -
Não só ele, mas outros familiares, que são cantores. Com sete anos eu já tocava violão, que descobri muito cedo.
Folha - Eros é seu nome verdadeiro?
Ramazzotti -
Sim. Foi meu pai que escolheu. Esse nome chegou a criar problemas com o padre que me batizou. Há 30 anos, esse nome era um sacrilégio. Depois só me trouxe vantagens porque é um nome que se reconhece facilmente.
Folha - Que tipo de formação musical você tem?
Ramazzotti -
Tudo começou de forma instintiva, mas 15 anos de trabalho serviram para aprimorar.
Folha - Onde você faz mais sucesso fora da Itália?
Ramazzotti -
Em toda a Europa, mas principalmente na Alemanha, Holanda, Dinamarca e Áustria. Só na Alemanha, vendi mais de 1,5 milhão de discos.
Folha - A língua italiana é obstáculo para um sucesso ainda maior?
Ramazzotti -
Se eu cantasse em inglês, certamente faria um sucesso ainda maior. Mas o italiano é a minha língua e tenho orgulho dela. Não conseguiria expressar meus sentimentos de outra forma.
Folha - Como é o CD "Eros"?
Ramazzotti -
É uma seleção de canções do passado e outras originais. Faço dois duetos, com Tina Turner ("Cosa della Vita/Can't Stop Thinking of You") e com Andrea Bocelli ("Musica É").


Show: Eros
Cantor: Eros Ramazzotti Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, tel. 011/252-6255, Lapa) Quando: hoje e amanhã, às 22h Quanto: R$ 70 a R$ 150



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