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SP dilui "blitz" contra "falso estudante"
Cidade não adere à ofensiva anunciada pelos cinemas contra uso indevido de carteirinhas de meia-entrada
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Federação Nacional das
Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) anunciou
que lançaria, na última sexta,
ofensiva em todo o país às carteirinhas do "falso estudante".
A Feneec estima que, de cada
duas carteirinhas que dão direito à meia-entrada apresentadas nas bilheterias dos cinemas, uma pertence a um "falso
estudante" -alguém que não
está matriculado em curso reconhecido pelo MEC, condição
para a obtenção do benefício.
Os donos de cinema argumentam que a massificação do
benefício por seu uso indevido
-é de 70% o índice atual de
vendas de meia-entrada, segundo eles- contribui para elevar o preço da "inteira", prejudicando o "verdadeiro estudante", que poderia pagar uma
meia-entrada de valor menor, e
o consumidor adulto que não
adere à fraude, para quem a inteira sai por até R$ 21, em SP.
Principal mercado
Contudo, no principal mercado de cinema do país, com
36% das salas, a anunciada
ofensiva conjunta não ocorreu.
A Folha percorreu no sábado
sete cinemas na capital, pertencentes a seis diferentes redes exibidoras. Em apenas um
a campanha estava em andamento -o Kinoplex Itaim, da
rede Severiano Ribeiro. Ainda
assim, em caráter educativo.
A Severiano Ribeiro informou que nenhuma carteirinha
foi recusada. Os portadores de
documentos emitidos por empresas privadas foram avisados
de que o cinema passará a solicitar deles também o comprovante de matrícula.
O combinado era que todos
exibissem um banner (cartaz
gigante) divulgando o objetivo
da campanha e fizessem "blitze" na bilheteria, pedindo comprovante de matrícula dos que
tivessem carteiras suspeitas.
São consideradas suspeitas
pela Feneec as carteiras emitidas "por empresas privadas,
como lancherias, locadoras,
emissoras de rádio", afirma o
presidente da entidade, Ricardo Difini Leite. A Feneec acredita que há empresas privadas
comercializando as carteiras
sem comprovar a condição de
estudante dos compradores.
Difini Leite previra adesão
"de quase 100%" dos exibidores à campanha. "É um problema seriíssimo, que afeta todo o
setor. Se houver comodismo de
não querer enfrentá-lo, será de
um grupo muito pequeno."
Embora sem adesão aparente à ofensiva da Feneec, os exibidores paulistas defendem a
coibição do uso indevido das
carteirinhas de estudante.
No sábado, nas unidades da
rede Cinemark, a maior do
país, a informação era de que a
campanha seria adotada a partir de segunda (ontem). No
Bristol (Playarte), segundo a
gerência, o início ocorreria nas
próximas semanas. O Reserva
Cultural disse que ainda não
tem o banner, mas está na campanha. A informação foi idêntica no HSBC Belas Artes.
Já Adhemar Oliveira, das salas Espaço Unibanco e Unibanco Arteplex, disse que não fez
"adesão formal" à campanha da
Feneec porque já pratica o controle em seus cinemas.
A cautela de alguns exibidores, segundo a Folha apurou,
está relacionada ao temor de
que um estardalhaço afugente
seu espectador cativo e leve à
queda de freqüência.
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