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Coachella contraria crise da música
Com ingressos esgotados, festival nos EUA reúne 80 mil pessoas e 135 artistas; produtores temiam público pequeno
Pela primeira vez, evento
vendeu ingressos apenas em formato de pacote para os 3 dias de festival; Phoenix e Pavement fazem shows
THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL A INDIO (EUA)
O contínuo esfacelamento da
indústria musical e a crise econômica formaram dois golpes
que ameaçaram arruinar o circuito de festivais pop dos EUA
neste 2010. A 11ª edição do Coachella, que começou ontem e se
estende até amanhã, indica que
o mercado sobrevive bem.
Até meados do ano passado,
produtores de shows duvidavam que o gigantesco evento
conseguiria reunir um público
considerável neste ano. Pois todos os 75 mil ingressos foram
vendidos. Assim, um público
estimado em 80 mil pessoas
(incluindo os convidados) verá
135 artistas distribuídos por
dois palcos e três tendas montados em um campo de polo em
Indio, cidadezinha de 50 mil
habitantes, que fica a 200 km a
leste de Los Angeles.
Pela primeira vez em sua história, o Coachella vendeu ingressos apenas em formato de
pacote para os três dias (a pouco mais de US$ 300, incluindo
taxas). Não foi possível comprar entradas para dias separados. Ontem, no aeroporto de
Palm Springs, próximo de Indio, a reportagem da Folha viu
diversas pessoas que iam ao
evento e que carregavam barracas de camping.
O sucesso do Coachella reflete-se em outros eventos: organizadores do Lollapalooza (que
acontece em agosto em Chicago) e do Bonnaroo (junho, no
Tennessee) divulgaram que a
vendagem para ambos vai bem.
É um alívio para uma indústria que viu a comercialização
de discos se retrair em 8% no
primeiro trimestre deste ano
(em relação ao mesmo período
de 2009), e as vendas de música digital encolherem 1% no
primeiro bimestre de 2010.
Nesta 11ª edição do Coachella, o palco principal seria fechado ontem pelo rapper Jay-Z
(a cantora brasileira Céu estava
escalada para se apresentar
ontem).
Hoje, o festival verá de nomes da eletrônica como Tiesto,
David Guetta e 2ManyDJs, a
roqueiros como Faith No More, MGMT, Dead Weather,
Gossip e os celebrados The XX.
Amanhã, as atenções estarão
divididas entre Gorillaz, Thom
Yorke, a volta dos heróis indies
Pavement, o veterano Sly Stone, os franceses Phoenix e o
produtor de tecno Richie Hawtin (com uma apresentação que
contará com aplicativo de interatividade para iPhones).
O line-up do festival sofreu
algumas baixas nas últimas semanas. The Who, que iria fechar um dos dias, Grace Jones
e a banda indie Mew pularam
fora, por motivos diversos.
Já a participação da banda
britânica The Cribs estava
ameaçada devido ao vulcão que
entrou em erupção na Islândia.
O grupo não conseguiu embarcar anteontem e temia-se que
eles não chegariam a tempo para o show que fariam ontem.
Leia a cobertura do
festival
http://www.folha.com.br/101032
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