São Paulo, sábado, 17 de abril de 2010

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Coachella contraria crise da música

Com ingressos esgotados, festival nos EUA reúne 80 mil pessoas e 135 artistas; produtores temiam público pequeno

Pela primeira vez, evento vendeu ingressos apenas em formato de pacote para os 3 dias de festival; Phoenix e Pavement fazem shows


THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL A INDIO (EUA)

O contínuo esfacelamento da indústria musical e a crise econômica formaram dois golpes que ameaçaram arruinar o circuito de festivais pop dos EUA neste 2010. A 11ª edição do Coachella, que começou ontem e se estende até amanhã, indica que o mercado sobrevive bem.
Até meados do ano passado, produtores de shows duvidavam que o gigantesco evento conseguiria reunir um público considerável neste ano. Pois todos os 75 mil ingressos foram vendidos. Assim, um público estimado em 80 mil pessoas (incluindo os convidados) verá 135 artistas distribuídos por dois palcos e três tendas montados em um campo de polo em Indio, cidadezinha de 50 mil habitantes, que fica a 200 km a leste de Los Angeles.
Pela primeira vez em sua história, o Coachella vendeu ingressos apenas em formato de pacote para os três dias (a pouco mais de US$ 300, incluindo taxas). Não foi possível comprar entradas para dias separados. Ontem, no aeroporto de Palm Springs, próximo de Indio, a reportagem da Folha viu diversas pessoas que iam ao evento e que carregavam barracas de camping. O sucesso do Coachella reflete-se em outros eventos: organizadores do Lollapalooza (que acontece em agosto em Chicago) e do Bonnaroo (junho, no Tennessee) divulgaram que a vendagem para ambos vai bem.
É um alívio para uma indústria que viu a comercialização de discos se retrair em 8% no primeiro trimestre deste ano (em relação ao mesmo período de 2009), e as vendas de música digital encolherem 1% no primeiro bimestre de 2010.
Nesta 11ª edição do Coachella, o palco principal seria fechado ontem pelo rapper Jay-Z (a cantora brasileira Céu estava escalada para se apresentar ontem). Hoje, o festival verá de nomes da eletrônica como Tiesto, David Guetta e 2ManyDJs, a roqueiros como Faith No More, MGMT, Dead Weather, Gossip e os celebrados The XX.
Amanhã, as atenções estarão divididas entre Gorillaz, Thom Yorke, a volta dos heróis indies Pavement, o veterano Sly Stone, os franceses Phoenix e o produtor de tecno Richie Hawtin (com uma apresentação que contará com aplicativo de interatividade para iPhones).
O line-up do festival sofreu algumas baixas nas últimas semanas. The Who, que iria fechar um dos dias, Grace Jones e a banda indie Mew pularam fora, por motivos diversos. Já a participação da banda britânica The Cribs estava ameaçada devido ao vulcão que entrou em erupção na Islândia.
O grupo não conseguiu embarcar anteontem e temia-se que eles não chegariam a tempo para o show que fariam ontem.

Leia a cobertura do festival

http://www.folha.com.br/101032



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