São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Virada reúne 4 mi e tem um morto

Jovem de 17 anos leva facada na av. São João e morre em hospital; festa agregou cerca de mil atrações ao longo de 24 horas

Leonardo Wen/Folha Imagem
Atores da Cia .Quase Cinema se apresentam em frente à estação da Luz, no centro de SP

FERNANDA MENA
GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A São Paulo que não dormiu por 24 horas, das 18h de sábado às 18h de ontem, reuniu 4 milhões de pessoas (segundo estimativas) na 6ª Virada Cultural. Apesar de problemas de limpeza (poucas latas de lixo), segurança (muitos furtos e uma morte) e de alguns atrasos na programação, a organização do evento demonstrou esforço em superar os problemas logísticos e estruturais das edições anteriores da maratona.
Os entraves para a circulação pela região central, ponto crítico da edição de 2009, foram em parte sanados com o crescimento do perímetro utilizado para os palcos de shows.
A estratégia se beneficiou, principalmente, de uma ocupação inédita da região da Luz. Segundo o secretário da Cultura, Carlos Augusto Calil, a ocupação desta região deve ser mantida nas próximas edições.

Só por um dia
Calil reiterou que a Virada ganhou importância como ferramenta para a revitalização da região central. "São Paulo não pode prescindir de seu centro, por todos os valores simbólicos e culturais que a região tem."
A fala do secretário, no entanto, destoa do dia a dia da cidade. A praça Júlio Prestes, área conhecida pela sujeira, insegurança e concentração de usuários de drogas, foi maquiada para ser palco do primeiro show da Virada: estava limpa e muito policiada.
Vários pontos do centro foram equipados com painéis indicando o melhor roteiro para circular a pé. Hoje pela manhã, no entanto, elas provavelmente não estarão mais lá.
Mesmo criando benefícios de uma noite só, o apelo do evento é grande e atrai gente de outras cidades. Foi o caso do artesão Francisco de Assis, 38, que saiu de São José dos Campos (SP) para passar a madrugada com a filha de 17 anos. "Vamos ficar aqui até cansar", disse.

Vitrine
O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) aproveitou o sucesso para fazer campanha. Se for eleito, disse, quer levar a Virada ao Brasil todo. Com tanta gente a fim de se divertir, o centro virou sinônimo de oportunidades para ambulantes, artistas e religiosos. O cantor MC Piu Piu entrou de bico na programação ao levar um carro de som ao largo do Arouche. O senegalês Gora Fall, 28, montou barraca para vender roupas africanas. O grupo equatoriano Salasaka fez show extra-oficial na esquina das avenidas Ipiranga e São João. E a Igreja Internacional da Graça de Deus, no centro, caçou fiéis na rua.

Morte
A Virada Cultural 2010 computou, pela primeira vez em sua história, uma morte. Alexandre Alves Santos, 17, levou uma facada no tórax durante uma briga na avenida São João e morreu na Santa Casa de Misericórdia, às 3h30. A segurança da Virada foi formada por 4.300 profissionais da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

FOLHA ONLINE
Leia a cobertura da Virada
www.folha.com.br/1011173


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