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Virada reúne 4 mi e tem um morto
Jovem de 17 anos leva facada na av. São João e morre em hospital; festa agregou cerca de mil atrações ao longo de 24 horas
Leonardo Wen/Folha Imagem
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Atores da Cia .Quase Cinema se apresentam em frente à estação da
Luz, no centro de SP
FERNANDA MENA
GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A São Paulo que não dormiu
por 24 horas, das 18h de sábado
às 18h de ontem, reuniu 4 milhões de pessoas (segundo estimativas) na 6ª Virada Cultural.
Apesar de problemas de limpeza (poucas latas de lixo), segurança (muitos furtos e uma
morte) e de alguns atrasos na
programação, a organização do
evento demonstrou esforço em
superar os problemas logísticos
e estruturais das edições anteriores da maratona.
Os entraves para a circulação
pela região central, ponto crítico da edição de 2009, foram em
parte sanados com o crescimento do perímetro utilizado
para os palcos de shows.
A estratégia se beneficiou,
principalmente, de uma ocupação inédita da região da Luz.
Segundo o secretário da Cultura, Carlos Augusto Calil, a ocupação desta região deve ser
mantida nas próximas edições.
Só por um dia
Calil reiterou que a Virada
ganhou importância como ferramenta para a revitalização da
região central. "São Paulo não
pode prescindir de seu centro,
por todos os valores simbólicos
e culturais que a região tem."
A fala do secretário, no entanto, destoa do dia a dia da cidade. A praça Júlio Prestes,
área conhecida pela sujeira, insegurança e concentração de
usuários de drogas, foi maquiada para ser palco do primeiro
show da Virada: estava limpa e
muito policiada.
Vários pontos do centro foram equipados com painéis indicando o melhor roteiro para
circular a pé. Hoje pela manhã,
no entanto, elas provavelmente
não estarão mais lá.
Mesmo criando benefícios de
uma noite só, o apelo do evento
é grande e atrai gente de outras
cidades. Foi o caso do artesão
Francisco de Assis, 38, que saiu
de São José dos Campos (SP)
para passar a madrugada com a
filha de 17 anos. "Vamos ficar
aqui até cansar", disse.
Vitrine
O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) aproveitou o sucesso para fazer campanha. Se for eleito, disse, quer levar a Virada ao Brasil todo.
Com tanta gente a fim de se
divertir, o centro virou sinônimo de oportunidades para ambulantes, artistas e religiosos.
O cantor MC Piu Piu entrou
de bico na programação ao levar um carro de som ao largo do
Arouche. O senegalês Gora
Fall, 28, montou barraca para
vender roupas africanas.
O grupo equatoriano Salasaka fez show extra-oficial na esquina das avenidas Ipiranga e
São João. E a Igreja Internacional da Graça de Deus, no centro, caçou fiéis na rua.
Morte
A Virada Cultural 2010 computou, pela primeira vez em
sua história, uma morte. Alexandre Alves Santos, 17, levou
uma facada no tórax durante
uma briga na avenida São João
e morreu na Santa Casa de Misericórdia, às 3h30.
A segurança da Virada foi formada por 4.300 profissionais
da Polícia Militar e da Guarda
Civil Metropolitana.
FOLHA ONLINE
Leia a cobertura da Virada
www.folha.com.br/1011173
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