Estilista mostra coleção inspirada no Carnaval e na commedia dell'arte

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA

VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O Carnaval em preto e branco da estilista Glória Coelho foi o destaque do quarto dia de desfiles da São Paulo Fashion Week. Inspirada nos antigos bailes de salão e na commedia dell'arte, a designer recriou figuras como arlequins e colombinas em versões sofisticadas.
O desfile começou com uma série de looks minimalistas, com calças e jaquetas ajustadas ao corpo, e que continham alguns ecos e repetições das últimas coleções da estilista, inspiradas na realeza européia.
O melhor veio no final, com os vestidos e saias em tons de azul, goiaba e verde, formados por pequenas máscaras em tecido fino unidas entre si, as peças ultradecoradas com fitas e o vestido tipo melindrosa.
A Iódice abriu o dia com um desfile correto e bem acabado, mas sem nenhuma idéia forte. Predominaram os looks curtos e, ainda, os shapes amplos, que ganharam charme especial nos vestidos de um ombro só.
O experimental Jefferson Kulig fez uma coleção menos difícil, investindo muito no utilitário, como nas calças robóticas cheias de bolsos e nos coletões. Mas os melhores looks foram os vestidos apresentados no final do desfile, com maxigolas de fios encapados, que se soltavam abaixo dos ombros como se revelassem artérias e veias artificiais. Uma boa sacada do estilista, que tende a dar forma às suas melhores idéias nas peças menos comerciais.
Lorenzo Merlino prometeu falar da violência no Brasil, mas mostrou uma coleção doce para as meninas e minimalista para os meninos. Faltou a tensão pedida pelo tema, mas o estilista atingiu bons momentos, especialmente no masculino. No feminino, destaque para os vestidos em gaze e tela.
Na sexta-feira, a Cori, grife com direção criativa de Alexandre Herchcovitch, recriou a figura da cangaceira Maria Bonita em sua coleção de verão, prática e muito sensual.


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