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"Eu me sinto orgulhoso de escrever a história do Tony como um brasileiro"
DE NOVA YORK
Paulo Szot dedicou o prêmio
à mãe, Dirce, que fazia aniversário no domingo. Antes de
conseguir telefonar para ela,
conversou com a Folha nos
bastidores da cerimônia.
(DB)
FOLHA - Como lidou com a pressão
do favoritismo?
PAULO SZOT - Apesar de as pessoas acharem que eu era favorito, eu não achava isso. É o meu
primeiro espetáculo na Broadway. Nem sei o que dizer.
FOLHA - Sua lista de agradecimentos foi longa.
SZOT - É uma emoção muito
grande, você se vê falando diante de tanta gente, num teatro
gigante como é o Radio City, e
recebendo o prêmio das mãos
de Liza Minelli... É muito emocionante, por isso preparei um
papel com alguma coisa para
ler. Ensaiei em casa, tinha muito mais [nomes]. Não falei todos porque começa a musiquinha [da orquestra] a tocar e você tem que acabar, fica essa
pressão para você falar rápido.
FOLHA - Você mencionou o Brasil
nos agradecimentos e em entrevistas. Para você, a conquista é mais do
que apenas individual?
SZOT - Eu honro muito essa
oportunidade de trazer o nome
do Brasil para fora, estender a
fama do povo brasileiro, no
bom sentido. Eu me sinto orgulhoso de escrever a história do
Tony como um brasileiro.
FOLHA - Com um Tony na mão, você, que é estreante em musical, sente-se agora definitivamente parte
desse universo?
SZOT - Pois é, estou adorando.
O primeiro contrato para o musical era até o final de junho.
Depois da estréia, eles estenderam a temporada indefinidamente, porque o sucesso foi
grande, os ingressos estão esgotados até o final de setembro.
Então, vou continuar por muito tempo neste espetáculo. Mas
não abandonei minha carreira
operística, de jeito nenhum. No
ano que vem tenho algumas
óperas na França. Desmarquei
alguns compromissos no Brasil, mas é porque este musical é
uma oportunidade única.
FOLHA - Como será seu concerto
solo no Lincoln Center?
SZOT - Será em fevereiro. Eles
me deram carta branca, eu posso escolher as músicas que quiser. Quero incluir músicas brasileiras, tenho muita vontade
de cantar em português.
FOLHA - E Hollywood é o próximo
passo?
SZOT - Não tenho nada contra
[risos].
FOLHA - Seu agente me contou que
está articulando sua carreira em
Hollywood. Disse que já tem conversas engatilhadas.
SZOT - Então, nada contra, mas
uma coisa de cada vez.
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