São Paulo, sábado, 17 de julho de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Madrugada musical com "Vem Dançar Comigo"

Tempestade de Fogo
Globo, 23h.
 
(Ablaze). EUA, 2000, 97 min. Direção: Jim Wynorski. Com John Bradley, Ice-T, Amanda Pays. Proprietário de refinaria bota fogo na própria a fim de receber o dinheiro do seguro. Inédito.

Arriscando Tudo
Record, 23h.
  
(Trouble Bound). EUA, 1992, 90 min. Direção: Jeffrey Reiner. Com Michael Madsen, Patricia Arquette. Ex-presidiário está com sorte. Ganha um monte de dinheiro e um carrão no carteado. Como decorrência, aparece uma bela garota. Mal sabe ele que ambos são uma fonte de problemas.

007 - Os Diamantes São Eternos
SBT, 0h30.
   
(Diamonds Are Forever). EUA, 1971, 125 min. Direção: Guy Hamilton. Com Sean Connery, Jill St. John, Charles Gray. Connery ensaiou um retorno como agente 007 neste filme em que enfrenta outro milionário disposto a tomar conta do mundo, Blofeld.

Tensão Sexual
Bandeirantes,2h.
  
(Watch me). EUA, 1995, 87 min. Direção: Lipo Ching. Com Jennifer Burton, Robert Medford. Fotógrafo voyeur (claro) fica olhando mulher até descobrir que ela também o anda espiando.

Traídos pela Paixão
Globo, 2h45.
  
(Silver Strand). EUA, 1995, 104 min. Direção: George Miller. Com Nicolette Sheridan, Gil Bellows, Jennifer O'Neill. Recruta da Marinha se apaixona pela mulher de seu comandante. Inédito.

Vem Dançar Comigo
SBT, 2h50.
   
(Strictly Ballroom). Austrália, 1992, 94 min. Direção: Baz Luhrmann. Com Paul Mercurio, Tara Morice. Rapaz busca parceira de urgência a fim de participar de concurso de dança. Encontrará mais que uma parceira.

O Mágico Maravilhoso
SBT, 4h30.
  
(Young Harry Houdini). EUA, 92 min. Direção: James Orr. Com Will Wheaton, Jeffrey DeMunn. Biografia de Houdini, o mais famoso dos ilusionistas. Só para SP.

TV PAGA

O melodrama é um gênero e também um espelho

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Por que tantos se põem a rir quando a palavra em pauta é melodrama? Talvez seja porque considerem o gênero uma coisa meio antiquada. Talvez, ainda, porque temam as coisas do sentimento. Temo, porém, que uma hipótese mais radical seja a mais verdadeira (carregada de sentido): o melodrama é um gênero que nos espreita -e isso assusta.
Tomemos o caso de "Tudo o que o Céu Permite", de Douglas Sirk. A história que conta é mais ou menos a seguinte: uma viúva apaixona-se por seu jardineiro (na verdade, um homem ligado à natureza, um ecologista "avant la lettre") para desgosto de suas amigas preconceituosas.
Seu filho e sua filha (sendo ela estudante de psicologia dada a falar difícil) também se opõem. Para manter a paz familiar e seu status social, ela se vê obrigada, assim, a renunciar à paixão. A oposição entre o social e o subjetivo (com vitória do primeiro) é algo que tende a ocorrer com freqüência dolorosa em nossas vidas.
O drama da mulher aqui não é muito diferente desse. Não nos espanta pelo possível melodramático, mas pelo corriqueiro. É esse lado banal das coisas que Sirk trabalha diabolicamente. Ele adora espelhos. Ele espalha espelhos por cada cômodo, porque essas superfícies recebem qualquer imagem, mas também a refletem: a imagem lançada retorna ao personagem.
Mas retorna também ao espectador, como veremos na sublime cena em que Jane Wyman, a mulher, ganha uma TV dos filhos, e o vendedor lembra que, com um toque dos dedos, ela terá o mundo diante de si. Naquele momento, a tela da TV reflete o rosto da mulher: uma ironia tão suprema mobiliza nossas defesas e faz rir. Mas é quando o filme, realmente, dialoga com o espectador.


TUDO O QUE O CÉU PERMITE. Quando: hoje, às 20h20, no Telecine Classic.


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