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Crítica
"Dupla do Barulho" erra a mão na carga dramática
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Certos erros se repetem.
"Dupla do Barulho" (Canal
Brasil, 19h30) procura ser a
transcrição da história real da
dupla Oscarito e Grande Otelo.
Mas o que a realidade pode
ter de interessante, o filme não
consegue reter, na medida em
que parece ter a necessidade de
não apenas mostrar os dramas
pelos quais passam os atores
em questão, como também de
enfatizá-los, a tal ponto que,
diante das situações mais dramáticas, nem precisamos chorar: o filme o faz por nós.
Carlos Manga, o diretor, realizou bons filmes, comédias em
sua maioria. O drama, no entanto, parece um registro em
que oscila entre a monotonia e
a convenção.
Outra cinebiografia: "Capote" (TC Premium, 2h40). Ela
tem o bom senso de abordar
apenas um momento da vida do
escritor Truman Capote. Através dele, depreendemos outros
momentos. Virtude e problema: Philip Seymour Hoffman
(que ganhou o Oscar em 2006
por sua performance) está tão
bem que o ator chega a esconder o personagem.
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