São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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Nova estampa

Aos 62 anos, José Mayer abre mão de ser galã de novela para estrelar superprodução musical

ADRIANA FERREIRA SILVA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Na próxima novela das nove, "Fina Estampa", José Mayer será Pereirinha, um pescador que desaparece sem explicações e só retorna quando descobre que sua mulher (a atriz Lilia Cabral) ganhou na loteria.
Mas o visual que mostrará na trama que estreia na Globo em agosto, de farta barba e cachos revoltos, não é do tal Pereirinha, e sim de Tevye, o leiteiro judeu que ele interpreta no musical "Um Violinista no Telhado", em cartaz no Rio até setembro.
A peça, que chega a São Paulo no primeiro semestre de 2012, é a montagem brasileira da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho para o clássico da Broadway - hoje os principais nomes por trás do gênero musical no Brasil.
Na superprodução, baseada em contos de Scholem Aleichem (1859-1916), Tevye é uma figura que dança, canta e surpreende quem conhece o ator apenas da TV. E foi justamente esse judeu espalhafatoso que livrou Zé Mayer de ser mais uma vez o galã do horário nobre.
"O Aguinaldo [Silva, autor da trama] e o Wolf Maya [diretor] foram muito gentis e me liberaram deste início de novela, trocando minha função." Inicialmente, ele fora escalado para ser Paulo, dono de uma estamparia às voltas com o cenário fashion.
"Foi ótimo fugir do mundo da moda. Seria um repeteco: acabei de ser marido de modelo e pai de uma modelo deficiente [Taís Araújo e Alinne Moraes, em "Viver a Vida", de Manoel Carlos, de 2010]."

EXUBERANTE
Aos 62, Zé Mayer mantém intactos a boa forma e o charme que lhe garantiram tantas vezes o papel de "pegador" nas tramas globais. Mesmo se o conjunto, agora, dá lugar a um jeito meio tosco, usado para compor Tevye.
O carismático leiteiro é um pai dividido entre manter a tradição de casamentos arranjados ou ceder aos impulsos amorosos das cinco filhas. Os conflitos envolvem outros moradores de Anatevka, vilarejo fictício em que judeus tentam preservar sua cultura em meio às mudanças políticas e perseguições da Rússia czarista.
A Mayer cabe conduzir quase todas as cenas do espetáculo de três horas com sessões duplas aos sábados.
"Enquanto na vida real sou econômico, discreto, o Tevye é exuberante, histriônico. Ele me cobra um preço vocal e físico muito alto."
"Como ator de texto falado, me apresento em qualquer condição. Gripado ou não. Mas, se você tem de alcançar uma nota "mi", não há como dissimular", explica.
Mayer (cujo papel já foi interpretado pelo americano Zero Mostel, em atuação que lhe rendeu o Tony, e pelo inglês Alfred Molina) divide o tablado com 42 atores.
Entre eles, veteranos de musicais como Soraya Ra- venle, que vive Golda, a afinada mulher do leiteiro, e jovens talentos - como Malu Rodrigues, que, aos 16, causou polêmica ao mostrar o seio em outro musical da dupla de produtores, "O Despertar da Primavera" (2009).
O elenco dança ao som de uma orquestra de 17 músicos e, em cena, surgem recursos mirabolantes -como na bela cena que recria um sonho, com personagens voando em meio a efeitos de luz.

UM VIOLINISTA NO TELHADO

QUANDO qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h30 e 21h30; dom., às 19h; até 18/9
ONDE teatro Oi Casa Grande (av. Afrânio de Mello Franco, 290, Leblon, tel. 0/xx/21/2511-0800)
QUANTO de R$ 40 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 5 anos


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