São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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"Continuidade cria know-how", diz ator

José Mayer, que antes já foi ator e produtor de musicais, fala da experiência de trabalhar ao estilo da Broadway

Protagonista de "Um Violinista no Telhado" defende soma de temas brasileiros e estilo americano de produção

Robert Schwenck/Divulgação
José Mayer com as 'filhas' Raquel Rennhack, Julia Bernat e Malu Rodrigues; abaixo, Raquel Bonfante e Sofia Viamonte

DA ENVIADA AO RIO

Muitos se surpreendem com a atuação de José Mayer. Mas "Um Violinista no Telhado" não é sua primeira atuação em musicais.
"Acho um mercado muito bom e estou torcendo para que incorporem um pouco mais a temática brasileira, o que é inevitável. Mas não podemos desprezar o conhecimento de dramaturgia, música e dança da Broadway."
A frase de Mayer resume sua história com o gênero.
Foi com temas e produções nacionais que ele estreou nos musicais; sua atuação nesse tipo de obra, porém, ganhou fama agora, na mão de produtores que importaram o estilo dos sucessos norte-americanos.
O primeiro musical de que o ator participou, em 1996, passou praticamente despercebido. "No Verão de 1996...", de Aderbal Freire-Filho, tinha trilha sonora de Tato Taborda e contava com a presença de Alessandra Negrini entre os atores.
"Talvez o problema do musical tenha sido retratar um Rio de Janeiro caótico, horroroso. Entoava uma longa canção em homenagem a Antonio Maria num passeio por uma Copacabana delirante. Era bonito, mas não foi muito visto", lembra.
Em 2007, foi ator e produtor de "Um Boêmio no Céu", realizado com recursos próprios a partir de um texto de Catulo da Paixão Cearense, sob direção de Amir Haddad.
A peça penou para se manter sem patrocínio. "Entravam duas pessoas em cena: o Zé Mayer ator e o produtor; este dizia no meu ouvido: "Você está pagando R$ 5.000 para trabalhar hoje, Zé. Muito bem: Brilhe!'"
A experiência destoa muito da que vive atualmente.
Zé Mayer está enredado pelo padrão de produção "Möeller-Botelho" -que já trouxe à luz "A Noviça Rebelde", "Sassaricando" e "Gypsy", entre outros espetáculos musicais.
O ator conta que a dupla e sua coordenadora artística, Tina Salles, colocam todos para trabalhar em ao menos "três frentes" simultâneas.
"Ora você está ensaiando a coreografia, ora trabalhando com a pianista individualmente ou no palco, praticando a cena."
O método, diz, garantiu que, em menos de um mês, todas as músicas e coreografias de "Um Violinista no Telhado" estivessem decoradas e a montagem, pronta.
Zé Mayer destaca ainda a sequência de produções da companhia: "Desde que fizeram "Cole Porter" [2000], foram vários musicais. Isso prova que a continuidade, que tem faltado ao cinema no Brasil, é o que cria o know-how", acredita.
No Rio, a variante nacional de "Um Violinista no Telhado" recebeu elogios da crítica e já é considerada uma das mais grandiosas peças da dupla.
São Paulo receberá em breve dois espetáculos da dupla: "As Bruxas de Eastwick" e o hippie "Hair".
(ADRIANA FERREIRA DA SILVA)


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