|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Só a Mulher Peca" faz ponte entre gêneros
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Por que dividir o mundo entre documentário e ficção? Os
primeiros minutos de "Só a
Mulher Peca" (Turner Classic
Movies, 1h40) são puro documentário sobre a vida em uma
comunidade dedicada à pesca.
E bom documentário, diga-se:
quem seria capaz de negar o
encanto da imagem do barco
de pesca cercado de gaivotas,
por exemplo?
Mas o filme não fica nisso. As
primeiras imagens, aquelas
que mostram ondas estourando com violência, podem nos
lembrar do "Potemkin" até,
mas, mais imediatamente, são
um prenúncio da tragédia que
virá.
E logo sabemos que ela está
por acontecer, pois quem aparece em cena é Barbara Stanwick, o ar de mulher vivida, tomando café num balcão. E vem
Paul Douglas puxar conversa:
"Você não se lembra de mim?"
e tal. E ela: "Eu me esqueci de
um monte de coisas".
Pano rápido. O melhor está
por vir. "Só a Mulher Peca" é
Fritz Lang puro. Quem não conhece não sabe o que é bom
(bom cinema).
Texto Anterior: Música: Série conta história dos ritmos black Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|