São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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Crítica

"Só a Mulher Peca" faz ponte entre gêneros

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Por que dividir o mundo entre documentário e ficção? Os primeiros minutos de "Só a Mulher Peca" (Turner Classic Movies, 1h40) são puro documentário sobre a vida em uma comunidade dedicada à pesca. E bom documentário, diga-se: quem seria capaz de negar o encanto da imagem do barco de pesca cercado de gaivotas, por exemplo?
Mas o filme não fica nisso. As primeiras imagens, aquelas que mostram ondas estourando com violência, podem nos lembrar do "Potemkin" até, mas, mais imediatamente, são um prenúncio da tragédia que virá.
E logo sabemos que ela está por acontecer, pois quem aparece em cena é Barbara Stanwick, o ar de mulher vivida, tomando café num balcão. E vem Paul Douglas puxar conversa: "Você não se lembra de mim?" e tal. E ela: "Eu me esqueci de um monte de coisas".
Pano rápido. O melhor está por vir. "Só a Mulher Peca" é Fritz Lang puro. Quem não conhece não sabe o que é bom (bom cinema).


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