São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Crítica/rock

Velvet Revolver resiste às crises e chega bem ao 2º disco

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Havia muito mais gente apostando que o Velvet Revolver não chegaria ao segundo disco, o bom "Libertad", do que o contrário.
Formado com o corpo do Guns n" Roses -Slash na guitarra, Duff McKagan no baixo e Matt Sorum na bateria- e a cabeça do Stone Temple Pilots (Scott Weiland, vocais), além do guitarrista Dave Kushner, o Velvet Revolver era um supergrupo (ou seja, fadado a não durar, pela tradição) com integrantes bastante afeitos às drogas e ao álcool.
Seja pela necessidade de fazer dinheiro ou pela de fazer rock n" roll, a banda seguiu adiante, gravou o disco e já até passou pelo Brasil para lançá-lo, com show em abril passado.
Conversando com a Folha por telefone, Slash conta que o grupo ficou mais satisfeito com o novo disco do que com "Contraband", a estréia. ""Contraband" foi algo que fizemos muito rápido, ficou um pouco limitado, não tínhamos evoluído muito como banda.
Em "Libertad" já tínhamos feito turnê e estávamos mais afiados como grupo, então o disco ficou mais criativo." O título espanhol do novo disco saiu direto de uma camiseta de Slash com a mesma palavra, "libertad", cujo significado ressoava nos integrantes.
"A idéia de "liberdade" era muito significativa para nós porque passamos por muitos problemas antes de entrarmos em estúdio para gravar."
Segundo Slash, em meio aos rumores de uma suposta volta sua ao Guns n" Roses, faltou pouco para a banda confirmar a sina breve dos supergrupos. "Havia tanto tumulto e rumores loucos circulando que era difícil continuar, mas conseguimos e, quando fizemos o disco, nos sentimos vingados."
Mas houve realmente um convite para voltar à banda de Axl Rose? "Não, nunca me convidaram para voltar, nunca conversei com ninguém."
O homem da cartola parece realmente cansado do esquema das megabandas, tanto que se recusa a enxergar o Velvet Revolver por essa ótica.
"Acho este rótulo bizarro, nunca fomos isso, superbandas são criadas para fazerem dinheiro e não terem vida longa, nós tínhamos um desejo sincero de fazer música e montamos uma banda por proximidade."
É possível acreditar em Slash ouvindo "Libertad". A seqüência inicial -"Let It Roll", "She Mine", "Get out the Door"- mostra a banda fazendo um rock quase antiquado e, exatamente por isso, interessante.
A qualidade inicial cai um pouco ao longo do disco, mas retorna com glória na ótima "Don't Drop That Dime", escondida no fim do álbum.


LIBERTAD
Gravadora:
Sony BMG
Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: bom


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