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Crítica/rock
Velvet Revolver resiste às crises e chega bem ao 2º disco
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Havia muito mais gente
apostando que o Velvet Revolver não chegaria ao segundo disco, o bom
"Libertad", do que o contrário.
Formado com o corpo do
Guns n" Roses -Slash na guitarra, Duff McKagan no baixo e
Matt Sorum na bateria- e a cabeça do Stone Temple Pilots
(Scott Weiland, vocais), além
do guitarrista Dave Kushner, o
Velvet Revolver era um supergrupo (ou seja, fadado a não durar, pela tradição) com integrantes bastante afeitos às drogas e ao álcool.
Seja pela necessidade de fazer dinheiro ou pela de fazer
rock n" roll, a banda seguiu
adiante, gravou o disco e já até
passou pelo Brasil para lançá-lo, com show em abril passado.
Conversando com a Folha
por telefone, Slash conta que o
grupo ficou mais satisfeito com
o novo disco do que com "Contraband", a estréia.
""Contraband" foi algo que fizemos muito rápido, ficou um
pouco limitado, não tínhamos
evoluído muito como banda.
Em "Libertad" já tínhamos feito
turnê e estávamos mais afiados
como grupo, então o disco ficou mais criativo."
O título espanhol do novo
disco saiu direto de uma camiseta de Slash com a mesma palavra, "libertad", cujo significado ressoava nos integrantes.
"A idéia de "liberdade" era
muito significativa para nós
porque passamos por muitos
problemas antes de entrarmos
em estúdio para gravar."
Segundo Slash, em meio aos
rumores de uma suposta volta
sua ao Guns n" Roses, faltou
pouco para a banda confirmar
a sina breve dos supergrupos.
"Havia tanto tumulto e rumores loucos circulando que era
difícil continuar, mas conseguimos e, quando fizemos o
disco, nos sentimos vingados."
Mas houve realmente um
convite para voltar à banda de
Axl Rose? "Não, nunca me convidaram para voltar, nunca
conversei com ninguém."
O homem da cartola parece
realmente cansado do esquema das megabandas, tanto que
se recusa a enxergar o Velvet
Revolver por essa ótica.
"Acho este rótulo bizarro,
nunca fomos isso, superbandas
são criadas para fazerem dinheiro e não terem vida longa,
nós tínhamos um desejo sincero de fazer música e montamos
uma banda por proximidade."
É possível acreditar em Slash
ouvindo "Libertad". A seqüência inicial -"Let It Roll", "She
Mine", "Get out the Door"-
mostra a banda fazendo um
rock quase antiquado e, exatamente por isso, interessante.
A qualidade inicial cai um
pouco ao longo do disco, mas
retorna com glória na ótima
"Don't Drop That Dime", escondida no fim do álbum.
LIBERTAD
Gravadora: Sony BMG
Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: bom
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