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TELEVISÃO
Crítica
"Amanhecer Violento" dá valor à ação física em 1984
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em cinema, o excesso leva ao
palácio da sabedoria, como disse já não lembro bem quem,
acho que Henri Michaux.
Quem indica o caminho, hoje, é John Milius, com o inesperado "Amanhecer Violento"
(MGM, 13h55; 12 anos). Estávamos em 1984, ainda existia
URSS e tudo, o que não torna
menos delirante a ideia de uma
invasão dos EUA por terra.
Mais, diante de um país desarmado, cujo valor espiritual
está esgotado, o inimigo parece
apto a conquistar posições decisivas. Ou parecia, até que um
grupo de garotos, escoteiros ou
algo do tipo, organiza a resistência e transforma a situação.
Existe muito clara a presença de um valor ligado à ação, ao
físico, a valores primitivos (ver
"Conan, o Bárbaro"), que se
opõem à apatia americana pós-Vietnã. Terá sido George W.
Bush seu espectador modelo?
Seria uma prova de que cinema
não rima muito com política.
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