São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Coldplay NO ROCK IN RIO (ROCK IN RIO?)

Divulgação
Os ingleses do Coldplay, que afirmam ter fechado sua participação no Rock in Rio; o segundo disco do grupo, "A Rush of Blood to the Head", chegou ao quinto lugar da parada dos EUA



Em entrevista, baixista fala do novo CD, "A Rush of Blood to the Head", e diz que banda deve tocar no Brasil em 2003


LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A entrevista à Folha concedida na última quinta-feira por Guy Berryman, 24, baixista da banda-sensação Coldplay, transcorria tranquila para o seu final quando o músico britânico soltou que está sendo acertado para a banda tocar na América do Sul no ano que vem. Mais: na América do Sul e no Brasil. Além: na América do Sul, no Brasil e no Rock in Rio.
A informação vem de encontro ao que foi divulgado recentemente por aqui, sobre o festival realizar sua próxima edição, a quarta, com uma versão reduzida e apenas com bandas brasileiras.
Pelo sim, pelo não, a declaração de Berryman, que falou de Los Angeles, arrancou novidades sobre o futuro do maior festival brasileiro (leia abaixo), ameaçado de extinção pela disparada do dólar.
A vida do Coldplay não tem sido "fácil" desde que o segundo álbum do grupo, "A Rush of Blood to the Head", chegou às lojas há algumas semanas (Brasil incluído): foi ao quinto lugar da "Billboard" (EUA) e se tornou o álbum que vendeu mais rápido na Inglaterra (quase 300 mil em cinco dias). Leia a entrevista.

Folha - Vocês estão cumprindo nos EUA disputadíssima agenda de shows, programas de TV, rádio. Para a América, parece que o Coldplay é o maior grupo inglês em anos. Vocês esperavam por isso?
Guy Berryman -
Não, não. Tudo o que tem acontecido aqui nos EUA é muito maior do que a gente pode assimilar. Escolhemos começar a trabalhar o disco por aqui porque queríamos ficar um pouco longe da Inglaterra nesse começo, já que sabíamos da repercussão que o CD ia ter por lá. Mas aqui mal temos tempo de dormir.

Folha - Brad Pitt e Julia Roberts gostaram do concerto de vocês em Los Angeles em agosto?
Berryman -
Acho que sim. Não sei ao certo. Brad Pitt e Jennifer Aniston disseram ter gostado bastante de nossa apresentação. Falei para Aniston que ela não deveria ter gostado tanto quanto eu gosto de "Friends".

Folha - "A Rush of..." tem tido performance extraordinária em vendas no mundo todo. Isso assusta vocês, que há dois anos eram banda de circuito universitário?
Berryman -
Nós já esperávamos que o álbum ia ser bem recebido pelo público britânico. Mas tudo que tem acontecido para o Coldplay nos EUA, lugar tradicionalmente complicado para bandas inglesas, é de assustar, sim. Tentamos não pensar muito nisso.

Folha - Como você descreve o novo álbum, comparando com o anterior, "Parachutes"?
Berryman -
Acho que "A Rush of..." nos revela uma banda mais confiante. Os dois discos têm o mesmo elemento, que são apaixonadas canções pop. Mas as faixas do novo álbum são mais rápidas. Tentamos combinar intimismo e intensidade porque sabíamos que este disco ia nos colocar na estrada por muito tempo. E ao vivo queríamos algo mais pesado.

Folha - Com toda essa badalação, como "A Rush of..." já mudou a vida de vocês para sempre?
Berryman -
Difícil de responder. Ele já nos deixou muito mais ocupados com todos esses compromissos e shows. O que nos deixa afastados de nossa família. Mas ao mesmo tempo é um dos melhores empregos do mundo.

Folha - É verdade que a banda não gostou muito do novo álbum?
Berryman -
É difícil estar completamente satisfeito com qualquer coisa. O que acontece é que gostamos, sim, do disco, mas ficou um sentimento de que ele poderia ter saído melhor.

Folha - "In My Place" deve ser a música que mais tocou em rádio neste ano, em todo lugar. Essa você considera boa?
Berryman -
"In My Place" foi uma das mais difíceis de gravar. Ela foi a primeira canção a ser composta e nasceu durante as sessões do disco anterior.

Folha - Então "In My Place" era para ter entrado no disco de 2000?
Berryman -
Era. Saiu dele em um último momento, já no estúdio.

Folha - Há planos de alguma turnê mundial?
Berryman -
Fomos avisados que vamos fazer shows na América do Sul em 2003. No Brasil, parece que tocaremos no Rock in Rio. Não sei já está confirmado, mas o plano de tocar aí está feito.

Folha - Mas nem o Rock in Rio foi confirmado.
Berryman -
Não foi? Acho que é esse o festival que as pessoas que cuidam de nossa turnê disseram que vamos tocar.



Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: Roberto Medina confirma festival
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.