São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

CRÍTICA COMÉDIA

Filme raso tenta ser "insólito" com Jennifer Aniston insípida

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tema atualíssimo, a família monoparental é tratada sem maior profundidade em "Coincidências do Amor". Kassie (Jennifer Aniston) tem 40 anos, um bom trabalho, mas ainda não achou o homem certo para ser o pai de seus filhos. Independente e desembaraçada, resolve ter um filho sozinha.
Mas ela não recorre a um banco de esperma. Prefere procurar o doador ideal, que acaba sendo um loiro esportista meio tonto, com o qual se envolve depois. Wally (Jason Bateman), o melhor amigo dela, é preterido como doador, por suas "neuroses". Apesar de se pretender insólita, a história se baseia no esquema clássico que opõe o pretendente ideal ao melhor amigo, que está apaixonado.
Apesar da idade, Wally sofre para se tornar adulto. Faltam-lhe coragem e maturidade para fazer escolhas importantes, como assumir o amor por Kassie. O maior sintoma disso é sua propensão a beber demais. A bebida, aliás, está na origem das confusões que fazem a intriga avançar.
Jason Bateman é o principal vetor da ação e o filme mostra, no fim das contas, o percurso iniciático de Wally, que acaba superando seus problemas. Bateman rouba a cena diante de uma Jennifer Aniston insípida e sem o menor potencial cômico. O filme falha ao apresentar personagens rasos, ao não esmiuçar as complexas relações entre Kassie e Wally e seu passado comum -presentes em "Baster", romance de Jeffrey Eugenides que inspirou o roteiro-, ao se comprazer com as neuroses de Wally e caprichos de Kassie.


COINCIDÊNCIAS DO AMOR

DIREÇÃO Will Speck e Josh Gordon
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Jennifer Aniston, Jeff Goldblum e Jason Bateman
ONDE nos cines Bristol, Espaço Unibanco Pompeia e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


JOSÉ SIMÃO
O colunista é publicado no caderno Eleições 2010



Texto Anterior: Raio-X: Giuseppe Tornatore
Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Era alta a noite e a lua...
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.