São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2011

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televisão

TV Cultura lança série sobre mudanças de vida

'Ponto de Virada' reúne entrevistas de personalidades sobre fato marcante

Estreia tem Milhem Cortaz falando sobre uso de cocaína antes de se tornar um dos atores mais disputados do país


LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

Começa o programa e o ator Milhem Cortaz está sentado num sofá contando sobre como "cheirou muito" antes de se tornar um dos mais requisitados do cinema e do teatro nacionais.
A proposta de "Ponto de Virada", que estreia hoje à noite na TV Cultura, é mostrar da boca do entrevistado um fato que tenha determinado uma grande mudança em sua vida.
Na lista dos próximos convidados, estão o cartunista da Folha Laerte, a cineasta Tata Amaral, o escritor Marcelo Rubens Paiva e o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa, entre outros.
O diretor da empreitada, composta por 13 capítulos, é o cineasta Frank Mora, que já tinha levado essa ideia ao cinema em documentário homônimo, que lançou na Mostra de Cinema de 2009 e rodou sem leis de incentivo, com cerca de R$ 85 mil.

NOVOS PAPOS
Desde então, levou o projeto a TVs e produtoras, sem sucesso. Em janeiro, a Cultura aceitou a série e pagou para refazer a edição das entrevistas e incluir outras três que não estavam inicialmente -a coreógrafa Deborah Colker, o colunista da Folha, escritor e humorista José Simão e Mauricio de Sousa, "pai" da Turma da Mônica.
"A série também foi enriquecida pelo acervo de imagens do canal, ao qual tive total acesso", afirma.
O diretor diz que não queria mostrar celebridades, mas pessoas. "O importante era que eles escolhessem um momento de virada. Não eram coisas que estavam na biografia dos entrevistados", conta.
Ele acredita que, por não ser conhecido, as pessoas ficaram à vontade para falar de peito aberto. "Acho que era uma pergunta que queriam responder fazia tempo."
Milhem Cortaz, de "Tropa de Elite" e "Carandiru", fala do tempo de adolescente, drogado de cocaína, quando foi salvo por uma sugestão da mãe de levá-lo para a Itália. Lá conheceu o teatro.
"Pensei: 'É ali que eu vou canalizar todas as minhas loucuras, que vou organizar essa loucura'. Para ser louco, tem de ser muito organizado", declara no episódio.
O protagonista de "A Concepção" (2005), de José Eduardo Belmonte, diz que, "mesmo todos achando chavão", seu ponto de virada foi quando encontrou Deus. "Não sou evangélico, não levanto bandeira. Mas, quando minha mãe me acordou nesse dia e me mandou para a Itália, nunca mais cheirei. Aqui era terminal nessa porra. Não fui para clínica. Parece que nunca usei."
As declarações são tão fortes quanto honestas.
Mora concorda: "Os depoimentos são mais impressionantes do que qualquer ideia inicial que pudesse ter tido".
Agora prepara uma segunda temporada do programa, mesmo sem a certeza de que a emissora vai exibi-la.
O cirurgião plástico Ivo Pitanguy, a escritora Lygia Fagundes Telles e o cineasta José Padilha estão nos planos para novos episódios.

NA TV
Ponto de Virada
Estreia do programa
QUANDO às 21h45, na Cultura
CLASSIFICAÇÃO 10 anos




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