São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2011

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Istambul homenageia Gonzalez-Torres

Obras do artista cubano-americano morto há 15 anos inspiram exposições da bienal que começa hoje na Turquia

Três de seus trabalhos estarão na mostra que comemora os 60 anos da Bienal de São Paulo que começa no dia 27


SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Em 1997, um ano depois de sua morte, Felix Gonzalez-Torres foi um dos artistas centrais na Bienal de Istambul. Suas ideias servem agora de matriz conceitual da edição da mostra que começa hoje.
Sem expor nenhum de seus trabalhos, os curadores usaram cinco propostas de Gonzalez-Torres para balizar a mostra em torno de conceitos como fronteiras, doença, amor e morte.
Esse cubano-americano é conhecido por dar medidas do corpo humano e aspectos autobiográficos à secura matemática do minimalismo que varreu os EUA nos anos 60.
Nesta Bienal de Istambul, suas abstrações são comparadas às esculturas metálicas da brasileira Lygia Clark, pioneira do neoconcretismo, movimento que privilegiou aspectos orgânicos do corpo em detrimento da exatidão industrial do construtivismo.
Theo Craveiro, jovem artista que explora o legado de Clark e Hélio Oiticica, está no mesmo núcleo da mostra, contrapondo o vigor da vida à racionalidade mais dura dos minimalistas.
"São artistas que trabalham questões políticas e sociais", disse Pedrosa à Folha enquanto preparava a Bienal de Istambul. "Mas partem do político com preocupações visuais, formais e estéticas."

SÃO PAULO
Enquanto na Turquia as obras se articulam como eco do pensamento de Gonzalez-Torres, a mostra em homenagem aos 60 anos da Bienal de São Paulo, que começa para convidados no dia 27, terá três de suas obras.
Uma cascata de luz, uma pilha de folhas de papel e um tapete de balas embrulhadas em celofane azul vão estar no pavilhão da Bienal como exemplos dessa estética frágil e corporal explorada por Gonzalez-Torres.
No chão, as balas, que o artista pede que sejam comidas pelos visitantes, somam 130 quilos, o peso dele e do amante, que morreram em decorrência da Aids nos anos 90.
Era sua metáfora para um corpo consumido pela doença, só que mascarado e diluído em algo doce e brilhante.


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