|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
FOCO
Excursões de escolas enchem pavilhão da Bienal de SP nos dias de semana
JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nos fins de semana eles
não estão lá, mas durante os
dias úteis os corredores da
Bienal de São Paulo são tomados por grandes grupos
de pequenos uniformizados.
Até o fim da mostra no Ibirapuera, em 12 de dezembro,
a fundação espera receber
400 mil pessoas (40% do total estimado) só por meio de
seu projeto educativo, a
maioria delas vinda de escolas públicas.
Segundo a curadora do
projeto, a artista plástica e
educadora Stela Barbieri, já
foram feitos até agora 203 mil
agendamentos.
Embora o forte desta edição sejam os vídeos, chamam mais a atenção das
crianças e adolescentes as
esculturas e instalações.
Se na última Bienal era o
escorregador de Carsten Höller que fazia a diversão em
meio ao vazio, na edição da
retomada os animais de
bronze de Ai Weiwei e os
pêndulos enigmáticos de Tatiana Trouvé estão entre os
mais citados.
Na semana passada, uma
turma de 8ª série da escola
estadual Suzana Dias, de Cajamar (Grande SP), se confrontava com a série de desenhos em carvão "Inimigos",
em que o artista Gil Vicente
aparece degolando o presidente Lula e atirando contra
outras autoridades.
"É diferente das matérias
que vocês aprendem na escola. Na arte tudo é certo", dizia
Tiely Cáceres, 22, uma dos
300 jovens selecionados pela
Bienal para guiar as turmas
de escola pela exposição.
Na visita guiada da moça,
de uma hora e meia, obras
controversas ou não recomendada para menores de 18
anos, por conter cenas de
violência e sexo -como as fotografias de "The Ballad of
Sexual Dependency", de Nan
Goldin, ou a série "Suíte Safada", do mesmo Gil Vicente-, saem do percurso.
"Estou aqui mais por amor
do que por dinheiro", afirmou a estudante de arquitetura, que ganha R$ 1.010 por
mês por quatro horas diárias
de trabalho na Bienal, incluindo os sábados.
"É muito gratificante. A
gente consegue mudar alguma coisinha nas crianças",
dizia, embora houvesse, entre seus guiados, alguns dispersos que se queixavam de
dores nas pernas.
Texto Anterior: Saiba mais: Obra traz autor fora da sombra de Stanislaw Próximo Texto: Destaques na Bienal Índice | Comunicar Erros
|