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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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TEATRO

Textos do cearense Marcos Barbosa ganham montagem em Londres, em 2004, pela instituição de fomento à dramaturgia

Royal Court vai produzir peça brasileira

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Terminou na semana passada mais um capítulo das páginas que o Royal Court Theatre, o teatro de Londres, principal referência mundial no fomento à dramaturgia, vem escrevendo com o Brasil nos últimos três anos e meio.
A cidade de São Paulo abrigou um workshop de dramaturgos ingleses com autores brasileiros, no Centro Cultural São Paulo.
Simultaneamente, ocorreu encontro inédito desses mesmos ingleses exclusivamente com diretores no Teatro Popular do Sesi.
"É incrível como o intercâmbio evoluiu nesses anos", afirma a coordenadora internacional do Royal Court, Elyse Dodgson, que viaja para o Brasil desde março de 2000 (além de São Paulo, autores de Salvador e Rio de Janeiro já passaram por oficinas).
O Brasil tem se revelado um dos parceiros mais ativos do programa internacional do Royal Court, que inclui Cuba, Índia, Palestina, Rússia e Uganda.
Nessa troca, a dramaturgia saltou do papel para o palco em setembro deste ano, quando o Popular do Sesi recebeu as montagens de "Distante", da inglesa Caryl Churchill, e "Quase Nada", de Marcos Barbosa, ambas com direção de Roberto Lage.
O cearense Barbosa, 26, será o primeiro brasileiro a ter um texto, ou melhor, dois textos montados em Londres com produção do Royal Court. Estão programados para fevereiro de 2004 "Quase Nada" e "À Mesa", traduzidas por Mark Thomas e dirigidas por Roxana Silbert.
Barbosa tem outra peça sua na 2ª Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que acontece no Popular do Sesi: "Braseiro".
Em janeiro de 2003, cinco autores do país tiveram suas peças lidas no projeto News Plays from Brazil, na capital inglesa (o trio paulista Bia Gonçalves, Celso Cruz e Pedro Vicente, a baiana Cacilda Povoas e Barbosa).
Elyse Dodgson juntou-se aos colegas ingleses (dramaturgos e encenadores) Ramin Gray, Indhy Rubasigham e Roy Williams para ministrar encontros no CCSP e no Popular do Sesi, com apoio do British Council.
Dez jovens autores participaram do workshop no CCSP, encerrado sexta-feira. Eles foram escolhidos entre os 19 da primeira etapa, em maio. "Os dramaturgos do Royal Court são do teatro que tem no texto o seu esteio; enquanto nós somos mais pelo jogo cênico", diz Silvana Garcia, da Divisão de Pesquisas do CCSP, entusiasta da confluência de escolas.


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