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TEATRO
Textos do cearense Marcos Barbosa ganham montagem em Londres, em 2004, pela instituição de fomento à dramaturgia
Royal Court vai produzir peça brasileira
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Terminou na semana passada
mais um capítulo das páginas que
o Royal Court Theatre, o teatro de
Londres, principal referência
mundial no fomento à dramaturgia, vem escrevendo com o Brasil
nos últimos três anos e meio.
A cidade de São Paulo abrigou
um workshop de dramaturgos ingleses com autores brasileiros, no
Centro Cultural São Paulo.
Simultaneamente, ocorreu encontro inédito desses mesmos ingleses exclusivamente com diretores no Teatro Popular do Sesi.
"É incrível como o intercâmbio
evoluiu nesses anos", afirma a
coordenadora internacional do
Royal Court, Elyse Dodgson, que
viaja para o Brasil desde março de
2000 (além de São Paulo, autores
de Salvador e Rio de Janeiro já
passaram por oficinas).
O Brasil tem se revelado um dos
parceiros mais ativos do programa internacional do Royal Court,
que inclui Cuba, Índia, Palestina,
Rússia e Uganda.
Nessa troca, a dramaturgia saltou do papel para o palco em setembro deste ano, quando o Popular do Sesi recebeu as montagens de "Distante", da inglesa
Caryl Churchill, e "Quase Nada",
de Marcos Barbosa, ambas com
direção de Roberto Lage.
O cearense Barbosa, 26, será o
primeiro brasileiro a ter um texto,
ou melhor, dois textos montados
em Londres com produção do
Royal Court. Estão programados
para fevereiro de 2004 "Quase Nada" e "À Mesa", traduzidas por
Mark Thomas e dirigidas por Roxana Silbert.
Barbosa tem outra peça sua na
2ª Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que acontece no Popular do Sesi: "Braseiro".
Em janeiro de 2003, cinco autores do país tiveram suas peças lidas no projeto News Plays from
Brazil, na capital inglesa (o trio
paulista Bia Gonçalves, Celso
Cruz e Pedro Vicente, a baiana
Cacilda Povoas e Barbosa).
Elyse Dodgson juntou-se aos
colegas ingleses (dramaturgos e
encenadores) Ramin Gray, Indhy
Rubasigham e Roy Williams para
ministrar encontros no CCSP e no
Popular do Sesi, com apoio do
British Council.
Dez jovens autores participaram do workshop no CCSP, encerrado sexta-feira. Eles foram escolhidos entre os 19 da primeira
etapa, em maio. "Os dramaturgos
do Royal Court são do teatro que
tem no texto o seu esteio; enquanto nós somos mais pelo jogo cênico", diz Silvana Garcia, da Divisão
de Pesquisas do CCSP, entusiasta
da confluência de escolas.
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